Segundo o The New York Times, o México adulterou as informações dos boletins epidemiológicos no princípio de dezembro sobre a evolução da pandemia para manter a atividade econômica na Cidade do México, capital do país.

Depois de uma queda acentuada do número de internações e óbitos, a situação reverteu-se no último trimestre de 2020, com a covid-19 progredindo rapidamente em quase todo o país, com o número de internados subirem e ventiladores começarem a faltar para conseguir corresponder às necessidades dos hospitais.

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Contudo, as autoridades asseguraram em 04 de dezembro que a Cidade do México ainda não tinha atingido níveis de contágio considerados críticos, porém o jornal norte-americano afirma, com base em documentos que consultou, que a capital mexicana tinha ultrapassado largamente os números definidos para o Governo federal decretar novas restrições.

A Cidade do México voltou ao confinamento generalizado na última sexta-feira (18), mas poderá ter sido tarde demais, uma vez que a maioria dos hospitais já ultrapassou a capacidade de internamentos e não há ventiladores disponíveis para todas os doentes.

Ao contrário de outros países, o Presidente do México não anunciou programas de estímulo aos estabelecimentos comerciais e aos desempregados decorrentes da pandemia.

Sem uma ‘rede de segurança’ que auxilie a população e as empresas durante o período do Natal e Ano Novo – que habitualmente representa um incremento no comércio -, a economia do país poderá agora ser severamente afetada por estas duas semanas de confinamento.

O The Times afirma ainda que 85% dos leitos de hospitais da capital mexicana estavam ocupadas no domingo. Há duas semanas, altura em que as autoridades alegadamente optaram por atrasar o confinamento, havia 66% das camas ocupadas.

De acordo com os dados das autoridades sanitárias mexicanas, o país tinha, até domingo, 1.320.000 contágios registados desde o início da pandemia e pelo menos 118.202 óbitos.

Estes valores fazem do México o quarto país do mundo com o maior número de mortos, apenas ultrapassado pelos Estados Unidos, o Brasil e a índia.