Burundi, República Democrática do Congo e Haiti são os países com menor taxa de  vacinação do mundo contra a Covid-19, de acordo com dados do ‘Our World in Data’, divulgados pela rede ‘CNBC’.

Apenas 0,05% da população do Burundi recebeu pelo menos uma dose da vacina. Na República Democrática do Congo, 0,4% das pessoas têm o esquema parcial, enquanto que no Haiti essa porcentagem aumenta para cerca de 1%.

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Em países de baixos rendimentos, apenas 5,5% das pessoas estão totalmente vacinadas contra o coronavírus, segundo a rede. Já nos países mais ricos, 72% da população recebeu as duas doses da vacina.

Os países em que a agitação civil e o conflito estão em curso também estão entre os menos vacinados do mundo, com o combate violento dificultando a chegada das vacinas às populações. No Iêmen, onde a guerra civil decorre desde 2014, menos de 2% da população foi vacinada contra a Covid-19. O Sudão do Sul, onde as disputas sobre a partilha de poder ainda são frequentes, também tem uma taxa de vacinação de cerca de 2%.

Além destes países, muitas nações africanas continuam com baixas taxas de vacinação, incluindo Chade, Madagascar e Tanzânia, cujas taxas de imunização variam entre 1,5% e 4%.

A África do Sul, onde a variante Ômicron, altamente transmissível, foi identificada pela primeira vez no ano passado, vacinou menos de um terço da sua população.

Enquanto isso, menos de uma em cada três pessoas nas nações das Caraíbas – Jamaica, Santa Lúcia e São Vicente e Granadinas – foram vacinadas contra a Covid-19, um reflexo do desequilíbrio de vacinação.

Em outubro, a Organização Mundial de Saúde (OMS) estabeleceu uma meta para os países vacinarem 70% das suas populações até meados de 2022, mas muitos estão ficando para trás.

Na semana passada, o diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, disse que a Covid-19 poderia deixar de ser uma emergência de saúde global em 2022 se certas ações – incluindo garantir acesso equitativo a vacinas – fossem tomadas.

Já Mesfin Teklu Tessema, diretor de saúde da organização de ajuda humanitária Comitê Internacional de Resgate, disse à CNBC que a desigualdade nas vacinas “apenas perpetua a pandemia”.

“Cada infecção aumenta o risco de doenças graves e hospitalização para os mais vulneráveis, bem como as mutações e, portanto, a probabilidade de novas variantes”, adiantou o responsável.

Tessema defendeu ainda que “para salvar vidas e proteger os sistemas de saúde sobrecarregados, temos de construir um muro global de imunidade, através da vacinação, priorizando o acesso de refugiados e outros, que vivem do alcance dos serviços governamentais”.