O combate ao vírus HIV, que tinha avançado consideravelmente nos últimos dez anos, desacelerou após o aparecimento da covid-19, alertou nesta terça-feira (7) a Organização Mundial da Saúde (OMS).

Vários países estão atrasados nos objetivos internacionais “e as dificuldades vinculadas à covid-19 agravaram a situação”, declarou a OMS em um comunicado.

O objetivo mundial é fazer com que a aids deixe de ser uma ameaça para a saúde pública até 2030.

Segundo dados da Conferência Internacional sobre aids e Doenças Sexualmente Transmissíveis (ICASA), que está sendo realizada na África do Sul, apenas nove países africanos estão a caminho de alcançar este objetivo: Botsuana, Cabo Verde, Quênia, Lesoto, Malauí, Nigéria, Uganda, Ruanda e Zimbábue.

“A face do HIV ainda é majoritariamente a da mulher negra”, declarou na segunda-feira o ministro sul-africano da Saúde, Joe Phaahla, no discurso de abertura da conferência.

Na África subsaariana vivem dois terços (67%) das pessoas com HIV, segundo as ONU, e as mulheres e meninas representam 63% das novas infecções. Com 7,8 milhões de casos, a África do Sul é o país do mundo mais afetado.

A covid-19 “tornou ainda mais difícil a luta contra o HIV, mas um vírus não deve passar à frente do outro”, advertiu Matshidiso Moeti, diretora da OMS para a África, citada em comunicado.

O número de novas infecções tinha caído 43% na última década e o número de óbitos, diminuído quase à metade. Atualmente, 37,7 milhões de pessoas vivem com HIV, segundo a ONU. Em 2020, 680.000 pessoas morreram de alguma doença relacionada com a aids.

Em 40 anos, a aids matou 36,3 milhões de pessoas, segundo as Nações Unidas.