Rússia e Indonésia anunciaram nesta terça-feira (6) recordes de óbitos por coronavírus, que se espalha pelo mundo impulsionado por sua variante Delta e que forçou a imposição de novas restrições na região espanhola da Catalunha diante do aumento “exponencial” das infecções.

Enquanto isso, a vacinação, a única proteção contra a variante Delta, continua avançando de forma muito desigual. Para ajudar o Vietnã, um dos países da Ásia onde houve recuperação de casos nas últimas semanas, os Estados Unidos enviaram duas milhões de doses do imunizante da Moderna, que fazem parte dos 80 milhões de doses que o presidente Joe Biden prometeu compartilhar com o resto do mundo.

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Na Indonésia, o sistema de saúde está à beira do colapso. Hospitais superlotados não podem aceitar mais pacientes, então as famílias precisam descobrir como encontrar oxigênio medicinal para seus parentes doentes.

Na terça-feira, o governo anunciou que importou oxigênio de Cingapura e apelou a outras nações, como a China, por ajuda. Cerca de 10.000 concentradores – dispositivos que geram oxigênio – deveriam ser enviados de Cingapura e alguns chegaram em um avião de transporte Hercules.

O governo ordenou que todos os suprimentos de oxigênio disponíveis fossem enviados aos hospitais.

O país, de quase 270 milhões de habitantes, impôs medidas drásticas no sábado em Jacarta e nas ilhas de Java e Bali, mas nesta terça-feira registrou um novo recorde de mortes por covid-19, com 728 mortes, e 31 mil novos casos, de acordo com autoridades sanitárias. Apenas 5% da população recebeu as duas doses da vacina.

A pandemia, que já causou quase quatro milhões de mortes em todo o mundo, também está atingindo fortemente a Rússia, foram registradas na terça-feira 737 mortes por covid em 24 horas, um recorde no país.

Em oito dias, a Rússia estabeleceu seis recordes de mortalidade, enquanto a população continua relutante em se vacinar.

Catalunha endurece medidas

Na Espanha, onde os casos também estão aumentando, a Catalunha voltou a impor restrições para conter a progressão das infecções observada nos últimos dias, principalmente entre os jovens.

A partir do fim de semana, os locais de lazer noturno da região de forte atividade turística não poderão utilizar seus espaços fechados. Além disso, para participar em eventos ao ar livre com mais de 500 pessoas será necessário fazer um teste de antígenos, apresentar um exame PCR negativo com vigência de mais de 12 horas ou comprovar a vacinação completa.

“A situação epidemiológica na Catalunha é complicada”, disse a porta-voz do governo regional, Patricia Plaja, porque “a taxa de infecções está crescendo a uma taxa exponencial muito maior do que podemos permitir”.

Na segunda-feira, o epidemiologista-chefe do Ministério da Saúde, Fernando Simón, admitiu que “os dados não são nada bons” no país, com uma incidência acumulada de 204 casos por 100 mil habitantes, e cerca de 600 entre os jovens.

No Reino Unido, por outro lado, apesar dos contágios também estarem aumentando – fenômeno atribuído à variante Delta – o governo anunciou na terça-feira que as pessoas com o esquema de vacinação completo em breve não precisarão ficar em quarentena na Inglaterra quando tiverem em contato com uma pessoa doente.

O primeiro-ministro, Boris Johnson, contando com o sucesso da vacinação -quase 64% da população já recebeu as duas doses – anunciou que a partir de 19 de julho, grande parte das demais medidas sanitárias serão suspensas no país, como o uso de máscara e distâncias sociais, o que gerou polêmica.

Enquanto isso, no Japão, que também enfrenta o agravamento da pandemia, os organizadores das Olimpíadas de Tóquio e as autoridades locais vão pedir ao público que “não vá” à maratona e as provas de caminhadas, devido ao risco de infecções.

Além disso, novas restrições são esperadas para o público das demais competições até o final desta semana.