Com cada vez menos demanda por petróleo, já que boa parte do mundo está em quarentena para evitar ainda mais infecções decorrentes dos coronavírus, a mercadoria está parada, aos montes, em locais de armazenamento ou navios-tanque, aguardando destinação.

Segundo o The New York Times, é comum ver grandes tanques em Triste, na Itália, ou nos Emirados Árabes cada vez mais cheios. Já são mais de 80 milhões de galões parados em 80 grandes navios-tanque no Texas, outros na Escócia e lugares espalhados pelo mundo.

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Ainda assim, a Arábia Saudita, maior produtora do óleo no mundo, segue uma guerra silenciosa com a Rússia pelos preços no mercado mundial e está determinada a expandir a produção diária em 25%, algo em torno de 12 milhões de barris por dia já em abril.

Os efeitos do aumento nos estoques são simples e devastadores: com cada vez mais galões sobrando, mais os preços seguirão declinando e as empresas não terão outra alternativa a não ser fechar os poços. Um barril de petróleo já está valendo metade do que era vendido no começo do ano, antes da guerra tarifária.

O mercado do armazenamento, no entanto, comemora a alta procura dos produtores. Ao jornal, Ernie Barsamian, dono de um desses locais de armazenagem de petróleo nos Estados Unidos, disse que seus negócios estão em franca ascensão. “Fazíamos cerca de duas transações de armazenamento por dia”, comentou ele sobre o período anterior ao conflito entre Arábia Saudita e Rússia. Nas últimas duas semanas, prosseguiu, “foram feitas cerca de 120 [transações]”.

Ele costuma cobrar cerca de 1 centavo de dólar por barril, tendo como clientes comerciantes do óleo, ou refinarias que dividem o armazenamento com proprietários de fazendas de tanques.