Costa Rica e Dinamarca anunciaram nesta quinta-feira (11) uma aliança, com 12 membros iniciais, para cessar a exploração e a produção de petróleo e gás, durante a conferência sobre mudanças climáticas (COP26), em Glasgow.

A Beyond Oil and Gas Alliance (BOGA) está aberta a países como França, Suécia e Portugal, membros fundadores, bem como a territórios subnacionais, como Califórnia e País de Gales, explicaram os fundadores em coletiva de imprensa.

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“Temos que começar esta conversa, temos que ver medidas concretas. Estamos ouvindo o mundo além dessas paredes”, disse a ministra do Meio Ambiente e da Energia da Costa Rica, Andrea Meza.

“Esperamos que isso faça uma grande diferença. Nossa ambição não é modesta. Esperamos que hoje seja o começo do fim para o petróleo e o gás”, acrescentou o ministro dinamarquês Dan Jorgensen.

O mundo “exige menos discursos e mais ações”, acrescentou o ministro.

Países como a Costa Rica não produzem petróleo, reconheceu a ministra costarriquenha, mas têm reservas, “e a pressão é grande” para explorá-las, assegurou.

“Não há futuro para o petróleo e o gás num mundo 1,5ºC mais quente”, alegou o ministro dinamarquês, em referência ao máximo que a temperatura do planeta deve aumentar até ao final do século, segundo os especialistas em clima.

O objetivo de +1,5ºC como teto para o aumento da temperatura, na medida do possível, foi estabelecido no Acordo de Paris de 2015. Agora, em Glasgow, os países discutem as medidas necessárias para alcançá-lo.

Os cientistas dizem que as emissões de gases de efeito estufa devem ser reduzidas em quase à metade nesta década para manter as temperaturas sob controle. E os combustíveis fósseis são os grandes responsáveis por esse aquecimento global.

Mais países vão aderir ao BOGA nos próximos dias, prometeu o ministro dinamarquês.

A Aliança nasceu como “uma plataforma de boas políticas”, com o objetivo de compartilhar conhecimentos para uma efetiva transição energética, explicou Meza.

Terá membros fundadores, associados e amigos, com diferentes graus de compromisso, detalhou a ministra costarriquenha.

Esta aliança “pode afastar o mundo dos combustíveis fósseis que estão nos levando à catástrofe”, reagiu Sujatha Bergen, do Conselho de Defesa de Recursos Naturais.

A desvinculação do petróleo e do gás será progressiva, dependendo da legislação de cada país, lembrou Maxime Combes, da Transfolab.

Nas negociações da COP26, foi feita uma menção ao abandono do petróleo e do gás, mas o projeto está em negociação.

Mas “esta aliança é a primeira iniciativa diplomática que articula os compromissos climáticos e a saída programada dos combustíveis fósseis”, acrescentou Combes.