Depois de seis meses, um grupo de idosos pôde se reencontrar com familiares graças a uma cortina de plástico com mangas, que facilita um programa de abraços e evita a infecção pelo novo coronavírus.

“A aproximação ou um abraço pode ser benéfico e diminuir os níveis de ansiedade e depressão do idoso”, explicou à AFP o geriatra Luis Bermúdez.

O programa acontece no asilo Jardín de los Abuelitos, em San Salvador, onde uma equipe de médicos e enfermeiras que fazem turnos prolongados de duas semanas atendem 15 idosos. A ideia de desenhar uma cortina para proteger os mais velhos, população mais vulnerável à doença, Bermúdez tirou de uma equipe brasileira que participa de um grupo latino de geriatras que trabalham nos chamados centros de longa estadia.

“A pandemia eliminou o contato físico que existia entre familiares e residentes”, assinalou Bermúdez. Para não haver falhas no protocolo de segurança durante o programa de abraços, foi desenvolvido um plano de educação em saúde tanto para os idosos quanto para seus parentes, explicou.

“No momento do abraço, pode haver um pico de emoções, que devemos controlar de certa forma, porque, apesar de existir uma barreira de segurança, temos que garantir que a mesma seja segura”, assinalou o geriatra.

Após dias promovendo o programa de contato físico, Bermúdez comemora a redução dos níveis de ansiedade e da dose de medicamentos administrada aos idosos.

María Gregoria Ramos, 38, expressou satisfação por poder se reencontrar com a tia no asilo graças às medidas do protocolo. São realizadas duas visitas por dia, em horários diferentes, e cada uma não ultrapassa meia hora.

El Salvador, país de 6,6 milhões de habitantes, acumula 26.773 casos de Covid-19, sendo 3.994 envolvendo idosos de 60 a 80 anos.