As ações da Smart Fit dispararam quase 35% na quarta-feira (14) na sua estreia na B3. A oferta inicial de ações (IPO na sigla em inglês) foi um sucesso. A rede de academias de ginástica acertou ao estabelecer um preço de R$ 23 por ação, e levantou R$ 2,6 bilhões. Com isso, alcançou um valor de mercado um pouco acima dos R$ 18,2 bilhões. A oferta contou com três investidores âncoras importantes no mercado financeiro global: Dynamo (respeitada gestora de ações no Brasil), GIC (Fundo Soberano de Singapura) e CPP (Fundo Soberano do Canadá), se comprometendo a ficar com R$ 750 milhões.

Segundo analistas, os investidores foram atraídos pela perspectiva de crescimento da Smart Fit. A rede possui 928 academias, 102 a mais do que no fim de 2019. Destas, 509 estão no Brasil e o restante espalhado por países como México, Colômbia, Chile e Peru. A maioria usa a marca Smart Fit, mas 32 unidades usam as bandeiras Bio Ritmo e O2. A rede de academias é controlada por acionistas que incluem o private equity Pátria Investimentos e a família Corona. O lançamento não ocorreu sem incidentes. Os resultados da rede no ano passado foram afetados pela pandemia, e pelas controvérsias associadas ao fundador da companhia, o empresário Edgard Corona. Ele vem sendo investigado em inquérito sobre fake news contra o Supremo Tribunal Federal (STF). A companhia também é alvo de ações judiciais movidas por sócios minoritários no Distrito Federal. Também causou desconforto o fato de parte dos recursos do IPO ser destinada à compra de uma empresa controlada por sócios da própria Smart Fit.

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“Decisão da Justiça mostra que não haverá ativismo judicial na esfera da empresa privada” Helder Fonseca advogado.

JUSTIÇA Segundo o sócio do escritório de advocacia Guimarães Vieira de Mello advogados, Helder Fonseca, a tramitação do processo dos minoritários contra a Smart Fit mostra um amadurecimento do judiciário na avaliação dessas questões.
O escritório não está envolvido no caso, mas representa muitos acionistas minoritários com demandas semelhantes. “Ao indeferir o pleito dos minoritários da empresa, o Judiciário mostrou que não pode interferir na livre concorrência e na livre iniciativa”, disse Fonseca. “Isso é uma mensagem importante, que mostra que não deverá haver ativismo judicial na esfera da empresa privada.”