A corretora canadense de criptomoedas, QuadrigaCX, está enfrentando dois grandes problemas. O primeiro é a morte de seu fundador, Gerald Cotten, aos 30 anos, por conta de uma complicação da doença de Crohn. O segundo é que, com a falecimento de Cotten, foi embora a única pessoa que sabia a senha do “armazenamento frio” (um dispositivo não conectado à internet e à prova de hackers) das moedas da empresa.

Com isso, a corretora não tem mais acesso a cerca de US$ 190 milhões, praticamente todo o dinheiro operado pela QuadrigaCX. Diante do problema, a viúva de Cotten, Jennifer Robertson, entrou com um pedido de proteção ao credor na Suprema Corte da província de Nova Scotia, de acordo com o veículo especializado na cobertura de moedas digitais Coindesk.

Segundo Robertson, a empresa deve a clientes os US$ 190 milhões que estão parados no fundo à prova de hackers. No entanto, ainda não foi especificado a soma total dos ativos parados e dos disponíveis. A viúva também explicou ter em mãos o laptop onde está guardado o arquivo do fundo, mas que devido a forte criptografia, nem ela e nem um especialista técnico da empresa conseguiram acessá-lo.

Nas últimas semanas, clientes da QuadrigaCX reclamaram da falta de informação por parte da empresa e levaram um susto ao ver que a plataforma da corretora estava fora do ar em 26 de janeiro. De acordo com a viúva, está sendo considerada a possibilidade de vender a plataforma de operações da empresa como maneira de saldar as dívidas, e “diversos grupos” já mostraram interesse na compra, apesar de nenhum nome ter sido citado no pedido para a Suprema Corte.

Porém, uma notícia publicada pela CCN levantou suspeitas em relação ao processo. Segundo a apuração, após o anúncio do problema, algumas carteiras de criptomoedas realizaram transações com fundos controlados pela QuadrigaCX, levantando suspeitas sobre a veracidade das informações. Alguns até consideram uma teoria da conspiração em que Cotten está vivo na Índia, onde supostamente morreu.