O serviço postal dos Estados Unidos enviou cartas à maioria dos estados do país para alertar que milhões de votos enviados por correio para a eleição presidencial de novembro poderão não chegar a tempo de serem contabilizados, informa a imprensa.

As cartas, com data de 29 de julho e enviadas às autoridades eleitorais de 46 estados e da capital, Washington, explicam que mesmo que os eleitores cumpram com os prazos estabelecidos em suas jurisdições, o Serviço Postal (USPS) não poderá garantir que seus votos sejam entregues a tempo, informa o jornal The Washington Post.

Para a eleição de 3 de novembro são esperados um número sem precedentes de votos por correspondência, devido à pandemia do novo coronavírus.

Em desvantagem nas pesquisas diante de seu adversário democrata Joe Biden, o presidente Donald Trump já iniciou uma campanha contra o voto por correio, que favoreceria o seu concorrente.

“Os democratas sabem que a eleição de 2020 será um desastre fraudulento. Talvez nunca saibamos quem ganhou!”, tuitou.

O presidente tem repetido incessantemente que o voto por correio pode levar a uma fraude eleitoral em grande escala, uma afirmação sem fundamento.

O ex-presidente Barack Obama criticou as afirmações de Trump e escreveu no Twitter na sexta-feira que o atual governo está “mais preocupado com a supressão dos votos do que com o vírus”.

Apesar das cartas de advertência enviadas aos estados, o USPS afirmou estar “bem preparado e plenamente capacitado para ser o correio eleitoral” do país, em um comunicado divulgado pela CNN.

Trump – que votou pelo correio – deixou claro que acredita que, se essa prática se generalizar, os democratas conseguirão mais votos.

O voto por correspondência “não favorece os republicanos”, declarou em abril.