A nota enviada anteriormente, na sexta-feira, 30, contém uma incorreção. Diferentemente do que foi informado inicialmente pela Secretaria Estadual da Saúde, um dos casos de morte foi em Osasco, e não em Barueri. Segue o texto corrigido.

A Secretaria Estadual da Saúde de São Paulo confirmou nesta sexta-feira, 30, a morte de dois bebês por sarampo na Grande São Paulo. Com isso, já são três óbitos confirmados pela doença no Estado após um período de 22 anos sem o vírus fazer vítimas fatais em território paulista.

De acordo com a secretaria, as vítimas são uma menina de 4 meses, de Osasco, e um menino de 9 meses, morador da capital. Ambos estavam fora da faixa etária para a qual a vacina é indicada.

Regularmente, por questões de segurança e eficácia, as duas doses da vacina devem ser dadas aos 12 e 15 meses, mas, por conta do surto que acontece no País, o Ministério da Saúde determinou, no início de agosto, que a imunização poderia, excepcionalmente, ser feita a partir dos seis meses de idade.

O bebê de 9 meses foi infectado antes da nova determinação, no meio de julho. Já a criança de Barueri, pela pouca idade, não poderia ser imunizada nem de acordo com o protocolo excepcional.

Os bebês menores de 1 ano são considerados os mais vulneráveis a casos graves e óbitos por sarampo e representam, atualmente, 13% do total de casos registrados no Estado.

De acordo com a secretaria, já foram confirmados 2.457 registros da doença neste ano e outros cerca de 10 mil estão em investigação.

O primeiro óbito por sarampo foi confirmado pelas autoridades sanitárias na quarta-feira, 28. A vítima era um homem de 42 anos, não vacinado e que tinha uma condição imunológica mais frágil por causa de uma cirurgia para retirada do baço.

Recomendações

Diante da morte dos dois bebês por sarampo, a secretaria reforçou a necessidade de vacinação para a população ainda não protegida. Além da proteção individual, a alta cobertura vacinal permite que menos pessoas carreguem o vírus e, com isso, reduz o risco de que pessoas que não podem tomar a vacina (bebês muito novos, por exemplo) sejam contaminadas.

O mesmo alerta é feito pela médica Mônica Levi, diretora da Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm). “A vacina não é um benefício apenas para quem toma, tem de pensar como comunidade, tem de colaborar, porque tem gente com contraindicação para a vacina, não pode tomá-la, e por isso que é importante barrar ao máximo a circulação do vírus por meio da vacinação coletiva”, destacou.

Embora a campanha de vacinação voltada para pessoas de 15 a 29 anos se encerre na capital neste sábado, 31, a vacina continua disponível nos postos de saúde gratuitamente para todas as pessoas não vacinadas, inclusive bebês de 6 a 12 meses.

É importante lembrar que a chamada “dose zero” (aquela dada aos bebês menores de 1 ano) não será contabilizada no calendário nacional de vacinação da criança, ou seja, os pais ou responsáveis também deverão levar as crianças aos postos aos 12 e 15 meses para receber a vacina de rotina contra o sarampo.

A secretaria também recomendou para as mães e pais de crianças com idade inferior a 6 meses evitar exposição a aglomerações, manter higienização e ventilação adequadas de ambientes e procurar imediatamente um serviço de saúde diante de qualquer sintoma da doença, como manchas vermelhas pelo corpo, febre, coriza, conjuntivite, manchas brancas na mucosa bucal.