A matéria enviada anteriormente trazia incorreções no título (“Brasil sobe dez posições em ranking de países com maior risco climático”) e no texto, ao afirmar que o País apresentou piora no ranking em questão. Ao contrário do informado originalmente, o Brasil sofreu menos com desastres naturais em 2017, na comparação com 2016. Ele foi da 48ª posição em 2016 para a 79ª no ano passado. Seguem texto e título corrigidos.

Eventos extremos como secas e chuvas intensas, com deslizamentos de terra, têm sido cada vez mais frequentes no mundo e têm provocado cada vez mais vítimas e danos econômicos. É o que mostra a nova edição do Índice Global de Risco Climático, elaborado pela organização Germanwatch e lançado nesta terça-feira, 4, na Conferência do Clima da ONU que ocorre em Katowice (Polônia).

O ano passado, de acordo com o levantamento, foi o campeão em perdas relacionadas ao clima. Pelo menos 11,5 mil pessoas morreram em decorrência de eventos climáticos extremos, que levaram a prejuízos de cerca de US$ 375 bilhões.

O principal vetor das perdas e danos foi a temporada de furacões particularmente forte que atingiu o Mar do Caribe. Tanto que Porto Rico e Dominica foram os países que, respectivamente, ocupam o primeiro e o terceiro lugar no ranking. Ambos foram fortemente atingidos pelo furacão Maria, um dos furacões que mais causou mortes e prejuízos entre os já registrados.

“Tempestades recentes com níveis de intensidade nunca antes vistos tiveram impactos desastrosos”, afirmou David Eckstein, da Germanwatch, principal autor do índice, em comunicado distribuído à imprensa.

O segundo país no ranking foi o Sri Lanka. Lá, chuvas excepcionalmente fortes causaram inundações que mataram 200 pessoas e deixaram centenas de milhares de pessoas desabrigadas. Esse tipo de evento – tempestades e suas diretas implicações, como inundações e deslizamentos de terras – foi a principal causa de dano em 2017.

Entre os dez mais afetados, quatro foram atingidos por ciclones tropicais. Apesar de os países em desenvolvimento estarem entre os mais afetados e também serem os que mais têm dificuldade para se recuperar (oito dos dez mais afetados são nações com baixa renda), o aumento do risco também se observa em países ricos. Portugal, por exemplo, passou da 51ª posição no ranking em 2016 para a 11ª na edição deste ano, por causa dos incêndios florestais.

O Brasil teve no ano de 2017 um período atipicamente baixo em desastres naturais e apresentou uma melhora no ranking. Foi da 48ª posição em 2016 para a 79ª no ano passado. O País teve uma redução de 49 para 30 mortes provocadas por eventos extremos.

De 1998 a 2017, Porto Rico, Honduras e Mianmar foram as nações mais afetadas, de acordo com o índice de longo prazo. Neste período, globalmente, mais de 526.000 mortes foram diretamente ligadas a mais de 11.500 eventos climáticos extremos. Os danos econômicos foram de aproximadamente US$ 3,47 trilhões.

Para o futuro, a tendência é que esses eventos piorem no mundo inteiro com a intensificação das mudanças climáticas, alerta o relatório.