Na nota divulgada na quarta-feira, 3, sobre abertura do Ibovespa havia um erro. Favor considerar BV, e não Banco Votorantim, como constou. Segue novamente a nota, com o nome da instituição corrigido.

O Ibovespa engata nesta quarta-feira, 3, o quarto dia consecutivo de alta, aproveitando o bom humor externo motivado pela aposta de aceleração da retomada da economia global, a despeito de o Brasil ainda estar em situação oposta. Mais uma vez, o País liderou na terça-feira o ranking mundial em novas mortes identificadas em 24 horas pelo novo coronavírus e a expectativa é de certa normalização da atividade apenas no último trimestre.

Mesmo com isso e com temores geopolíticos, especialistas em ações veem espaço para o Ibovespa continuar alçando novos voos em termos de pontuação. Após ter fechado aos 91.046,49 pontos, em elevação de 2,74%, hoje quebrou a marca seguinte, dos 92 mil pontos, e inclusive superando os 93 mil pontos (93.687,74 pontos, na máxima), podendo, depois, ficar entre os 98 mil pontos e os 100 mil pontos, destaca o economista-chefe do ModalMais, Álvaro Bandeira.

Divulgações de indicadores no Brasil e nos Estados Unidos ajudaram a manter o sinal positivo. Internamente, houve queda da produção industrial como majoritariamente esperado, porém o declínio veio menos intenso que a mediana das estimativas na pesquisa do Projeções Broadcast. Em abril, a produção, conforme o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), caiu 18,8%, ficando perto do teto do intervalo das estimativas, de queda de 17,0%. O piso indicava recuo de 50,5% e a mediana, -31,7%. Em relação a abril de 2019, a produção caiu 27,2%, ficando também aquém da mediana de -38,65% (intervalo de -52,70% a -6,60%).

A despeito do resultado, o momento ainda gera cuidado, já que o Brasil ainda nem bem está retomando as atividades após as medidas de quarenta. “Ainda são dados muito ruins”, diz Bandeira.

Já o Tesouro Nacional anunciou a emissão externa de dois novos títulos. Os papéis terão vencimento em cinco anos (Global 2025) e dez anos (Global 2030). De acordo com fontes ouvidas pelo Broadcast, a instituição estabeleceu retorno de 3,5% com para os títulos de cinco anos e de 4,6% para os de 10 anos.

“É mais dinheiro para ajudar na recuperação, de forma a evitar com que o Banco Central gaste com swap cambial”, explica o estrategista-chefe do Grupo Laatus, Jefferson Laatus. Às 10h35, o dólar à vista cedia 2,65%, aos R$ 5,0726, após mínima aos 5,0596.

A despeito do otimismo, a atividade brasileira continua capenga. Apesar da Pesquisa Industrial Mensal (PIM) ter caído menos do que o mercado esperava, contudo, a atividade teve a maior contração da história, de acordo com a série iniciada em 2002, e também está operando no menor patamar da série.

Em análise sobre a atividade econômica como um todo, nota do BV avalia que há riscos externos e políticos que podem atrapalhar a retomada. Conforme os economistas da instituição, passado o ápice da pandemia no Brasil, a volta da economia à normalidade não será fácil. “Além das condições de mercado de trabalho bem piores, há riscos importantes. No âmbito externo, ainda que o pior momento da crise tenha ficado para trás, a proximidade das eleições americanas e o quadro geopolíticos serão prováveis fontes de preocupação. No Brasil, o risco político continuará elevado”, avalia.

Para a LCA Consultores, o prolongamento de medidas de restrição sanitária para conter a epidemia e o aumento dos riscos de natureza política internos sugerem que a velocidade da retomada econômica tende a ser limitada e irregular.

Já nos EUA, onde os efeitos da pandemia apareceram antes, o mercado de trabalho tem mostrado números um pouco menos desfavoráveis. A ADP informou que o setor privado cortou 2,76 milhões de empregos em maio no país, ante previsão de fechamento de 8,75 milhões. Além disso, o número de abril foi revisado de redução de 20,236 milhões para corte de 19,557 milhões.