Por Gustavo Palencia

TEGUCIGALPA, March 27 (Reuters) – Taiwan deve desocupar sua embaixada em Honduras em 30 dias, disse uma autoridade hondurenha de alto escalão nesta segunda-feira, depois que a presidente Xiomara Castro rompeu relações com Taiwan em favor da China em uma tentativa de obter mais investimentos e empregos da gigante asiática.

O vice-ministro das Relações Exteriores, Antonio Garcia, emitiu a ordem pela televisão local na segunda-feira, após o anúncio do governo no fim de semana de que havia aberto relações diplomáticas formais com Pequim, encerrando simultaneamente seu relacionamento de décadas com Taiwan.

A oposição principal contra o governo hondurenho anunciou mais tarde que reverteria a abertura à China se recuperasse o poder.

A China há muito argumenta que Taiwan, um país governado democraticamente, faz parte de seu próprio território, sem direito a laços entre Estados, uma posição que o governo de Taipé rejeita veementemente. A China comunista exige que os países com os quais tem laços adotem sua posição.

A embaixada de Taiwain, no arborizado bairro de Palmira, em Tegucigalpa, foi durante anos um dos postos estrangeiros mais proeminentes da capital da América Central, bem como a segunda maior embaixada do país depois da embaixada dos Estados Unidos.

Em seus comentários, Garcia disse que 30 dias “é tempo mais do que suficiente para fazer as malas e partir”, acrescentando que as autoridades buscam uma saída “ordenada e amigável”.

O vice-ministro também enfatizou a necessidade de uma missão diplomática para a segunda maior economia do mundo.

“Temos que ir lá para explorar os grandes projetos que a China pode nos dar”, disse ele, sugerindo que a China poderia investir cerca de US$ 10 bilhões em Honduras para beneficiar os trabalhadores locais.

(Reportagem de Gustavo Palencia; Reportagem adicional de Sarah Morland)

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