O novo coronavírus castiga o mundo, com mais de 25 milhões de infectados (um quarto deles nos Estados Unidos) e um impacto econômico devastador, embora alguns países tenham conseguido estabilizar a situação, enquanto se aguarda uma vacina ou tratamento que permita retomar a normalidade.

Os Estados Unidos superaram hoje 6 milhões de casos e 183 mil mortos e são o país mais afetado em termos absolutos. O ritmo de infecções caiu nas últimas semanas, embora o país esteja longe de ficar livre do problema.

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– Ritmo mais lento –

A queda no número de infectados também ocorre na Austrália, que soma 26 mil casos e 652 mortos e que registrou hoje menos de 100 infectados, quando, no fim de julho, eram mais de 700 casos diários.

A queda coincide com a decisão daquele governo de começar a levantar as medidas de restrição em Melbourne, segunda maior cidade do país e principal foco da doença. Já a Nova Zelândia flexililizou o confinamento imposto em Auckland desde meados de agosto, após o ressurgimento de casos depois de 102 dias sem novos infectados.

O Chile estabilizou o número de novos casos em boa parte do país e, para evitar novos surtos, aposta na capacidade de testagem em massa e no rastreio. Já a Bolívia irá suavizar a partir de amanhã a quarentena nacional com um aumento da circulação de pessoas e veículos, embora as fronteiras permaneçam fechadas.

O diretor do Serviço de Saúde do departamento de La Paz, Ramiro Narváez, assinalou que o país “ainda se encontra em um momento difícil” e não superou a pandemia.

La Paz, onde vivem 25% dos 11 milhões de bolivianos, registra mais de 30,8 mil casos e 690 mortos, de um total nacional de mais de 115.900 infectados e 4.966 mortos.

Na União Europeia, a Alemanha, que ostenta a presidência temporária do bloco, irá propor uma coordenação das restrições de viagens, ante as diferentes medidas em nível nacional. “Uma resposta coerente é crucial para evitar um enfoque fragmentado, para preservar a integridade do Espaço Schengen”, assinala a proposta.

– Ataque à economia e ao emprego –

O vírus não afeta apenas a saúde, mas também causa estragos na economia mundial e no emprego. O PIB da Índia caiu 23,9% em termos anuais entre abril e junho devido ao impacto da pandemia. Terceira maior economia da Ásia, o país soma 3,6 milhões de casos de Covid-19.

Já a Colômbia anunciou hoje um desemprego urbano de 24,7% em julho, contra 10,3% no mesmo mês de 2019. Apesar de o desemprego se situar em um máximo histórico, o índice de julho representa uma leve baixa em relação ao mês anterior, o que, segundo autoridades, representa os primeiros sinais de recuperação.

O alto nível de desemprego é registrado em praticamente toda parte. Na América Latina, que soma mais de 7,2 milhões de infectados e 275 mil mortos, e onde se espera um aumento significativo da pobreza ante a situação precária, as remessas também foram afetadas.

A quantidade de dinheiro enviada pelos emigrantes latinos nos Estados Unidos a suas famílias despencou em abril. Colômbia, El Salvador, Guatemala, Honduras, México e República Dominicana receberam 17% menos dinheiro de emigrantes naquele mês do que em abril do ano passado, apontou o instituto Pew, com base nos bancos centrais destas nações.

– À espera da cura –

Enquanto o mundo aguarda com expectativa uma vacina ou tratamento, a OMS lembra aos céticos que o vírus “é real e mata”. A Comissão Europeia anunciou hoje sua participação no mecanismo da OMS para facilitar o acesso de países pobres a uma vacina com 477 milhões de dólares em garantias.

No último dia 18, a OMS enviou uma carta a seus 194 membros pedindo que os mesmos aderissem antes de hoje a seu dispositivo Covaz, para o acesso mundial à vacina contra a Covid-19.