A Coreia do Sul vai tentar entrar para o clube dos países com tecnologia espacial quando tentar lançar nesta quinta-feira na órbita terrestre uma carga de mais de uma tonelada usando seu primeiro foguete de fabricação própria.

O país é a 12ª maior economia do mundo e possui notáveis avanços tecnológicos, sendo sede da Samsung Electronics, a maior fabricante mundial de smartphones e chips.

No entanto, não entrou no campo dos voos espaciais, iniciados em 1957 pela então União Soviética e seguidos depois pelos Estados Unidos.

Na Ásia, os países com programas espaciais avançados são China, Japão e Índia, enquanto a Coreia do Norte foi o último a entrar no grupo das nações com capacidade para lançar seus próprios satélites.

Os mísseis balísticos e os foguetes espaciais usam tecnologias similares e Pyongyang pôs um satélite de 300 kg em órbita em 2012, o que os países ocidentais condenaram como um teste com mísseis disfarçado.

Atualmente apenas seis países, exceto a Coreia do Norte, conseguiram lançar cargas de uma tonelada com foguetes próprios.

O Sul será o sétimo se o Veículo Coreano de Lançamento Satelital II, chamado Nuri, conseguir pôr em órbita sua carga de testes de 1,5 tonelada a uma altitude entre 600 a 800 km.

O foguete de três estágios foi desenvolvido ao longo de uma década ao custo de 2 trilhões de wons (1,6 bilhão de dólares). Pesa 200 toneladas, tem 47,2 metros de comprimento e seis motores de combustível líquido.

– A lua na mira –

As duas primeiras tentativas sul-coreanas de realizar lançamentos espaciais fracassaram em 2009 e 2010, usando em parte tecnologia russa.

Eventualmente, teve sucesso com um lançamento em 2013, mas dependeu de um motor desenvolvido pela Rússia em seu primeiro estágio.

Embora haja cada vez mais empresas privadas envolvidas no lançamento de satélites, um especialista considerou que o êxito de Nuri oferece à Coreia do Sul um potencial enorme.

“Os foguetes são a única forma possível para a humanidade chegar ao espaço”, disse Lee Sang-ryul, diretor do Instituto Coreano de Pesquisa Aeroespacial, ao jornal Chosun Biz.

“Ter essa tecnologia significa que teremos cumprido o requisito básico para nos unirmos a esta corrida de exploração espacial”, acrescentou.

O lançamento desta quinta-feira significa mais um passo no ambicioso programa espacial sul-coreano. O presidente Moon Jae-in disse que tentará lançar no ano que vem uma sonda na órbita lunar.