Autoridades da Coreia do Sul fecharam o maior matadouro de cães do país, na cidade de Seongnan, ao Sul de Seul. O complexo concentrava seis áreas de abate e era responsável pelo processamento da carne de centenas de cachorros por dia, informou a BBC. A projeção é transformar o espaço em um parque público.

O fechamento do local reflete a queda no consumo de cães no país. A carne do animal já foi considerada uma iguaria entre os sul-coreanos, mas, gradativamente, o hábito vem caindo na sociedade. Porém, estimasse ainda que um milhão de cães são consumidos anualmente no país asiático.

A mudança da cultura está ligada ao constante trabalho de ativistas pelos direitos animais. O fechamento do centro de abate em Seongnan foi celebrado como um importante ato em defesa dos cães.

“Este é um momento histórico”, disseram representantes da entidade Defensores dos Direitos dos Animais Coreanos (Kara, na sigla em inglês) em um comunicado. “Isso abrirá as portas para mais fechamentos de matadouros de carne de cães em todo o país, acelerando o declínio da indústria global de carne de cachorro.”

A representante de outra iniciativa de proteção animal, Nara Kim, afirmou que o abatedouro era motivo de vergonha para a cidade de Seongnam.

“Isso realmente parece um momento marcante no desaparecimento da indústria de carne de cachorro na Coreia do Sul, e envia a mensagem clara de que a indústria de carne de cachorro é cada vez mais indesejável na sociedade coreana.”

Todo o verão, o país promove um tradicional festival onde a carne canina é o prato principal. A iguaria é servida em uma espécie de sopa com muito tempero. Porém, cada vez mais os sul-coreanos estão substituindo a carne do animal pela do frango.

Também houve um declínio no número de restaurantes que servem carne de cachorro no país. Somente em Seul já tiveram 1,5 mil estabelecimentos do tipo, porém, em 2015, eram cerca de 700.