A Coreia do Norte testou neste sábado “vários mísseis não identificados de curto alcance” em direção ao Mar do Japão, informou o Comandando Conjunto das Forças Armadas da Coreia do Sul em um breve comunicado.

De acordo com a nota, Pyongyang “disparou os mísseis da cidade costeira de Wonsan em direção ao leste, às 09H06 (21H06 Brasília)”.

Coreia do Sul e Estados Unidos estão “analisando os detalhes”, mas os mísseis percorreram entre 70 e 200 km sobre o Mar do Japão, segundo o comando militar sul-coreano.

O último tiro de míssil norte-coreano remontava a novembro de 2017.

Os disparos deste sábado ocorreram um dia após o chanceler da Coreia do Sul, Kang Kyung-wha, afirmar que a Coreia do Norte deveria mostrar uma eliminação “visível, concreta e substancial” de suas armas nucleares para obter a suspensão das sanções.

A secretária de imprensa da Casa Branca Sarah Sanders informou que os EUA “estão conscientes das ações da Coreia do Norte desta noite e continuaremos monitorando, de acordo com o necessário”.

Estados Unidos e Coreia do Norte voltaram a elevar o tom após o fracasso da reunião entre Donald Trump e Kim Jong Un, em fevereiro.

Estas conversações foram suspensas abruptamente diante da insistência da Coreia do Norte sobre o fim das sanções, e as duas partes não chegaram a um acordo sobre as medidas que Pyongyang deve adotar.

No início da semana, o vice-chanceler da Coreia do Norte, Choe Son Hui, alertou Washington sobre as “consequências inesperadas” caso não modifique sua posição em relação às sanções econômicas.

O analista norte-coreano Ankit Panda avaliou que os tiros deste sábado “não violam a moratória de testes adotada por Kim Jong Un”, que se refere apenas a mísseis “balísticos intercontinentais”.

“Historicamente, a Coreia do Norte não realiza testes [de armas] quando há conversações com os Estados Unidos, mas agora não há conversações”.

A península de Hodo, de onde ocorreram os tiros deste sábado, tem sido utilizada como base de treinamento de fogo, artilharia e defesa utilizando mísseis de cruzeiro desde a década de 1960, de acordo com o site especializado 38 North.

A partir da década de 1990, se estabeleceu uma “área formal de treinamento” na região e a península de Hodo passou a ser usada para “testes de artilharia de longo alcance e mísseis balísticos” na última década.

Desde o colapso da última reunião entre Trump e Kim, no Vietnã, o presidente da Coreia do Sul, Moon Jae-in, tem buscado manter abertos os canais diplomáticos, mas Pyongyang parece não oferecer uma resposta.

Há uma semana, a imprensa estatal da Coreia do Norte afirmou que Estados Unidos e Coreia do Sul estão “forçando a situação na Península Coreana e em toda região para uma fase indesejável”.