A Coreia do Norte “não sente nenhuma necessidade” em retomar diálogos com os Estados Unidos, disse neste sábado (4) uma autoridade da diplomacia norte-coreana, dias depois que a Coreia do Sul pediu uma cúpula para melhorar as relações com Pyongyang.

O presidente sul-coreano, Moon Jae-in, que apoiou uma aproximação com o Norte, pediu na terça-feira uma nova cúpula entre o líder norte-coreano, Kim Jong Un, e o presidente dos EUA, Donald Trump.

O presidente sul-coreano acrescentou que seu país fará o “máximo esforço” para que isso aconteça.

No entanto, a Coreia do Norte “não sente a necessidade de sentar-se cara a cara com os Estados Unidos”, afirmou Choe Son Hui, vice-ministra das Relações Exteriores, de acordo com a agência nacional norte-coreana KCNA.

“Estados Unidos está equivocado se pensa que negociações são coisas que funcionam conosco”, acrescentou.

De acordo com o ex-assessor de Segurança nacional de Trump, John Bolton, o presidente americano deseja realizar outra reunião com o líder norte-coreano em outubro, um mês antes das eleições presidenciais nos Estados Unidos.

“Sonhadores são os que falam de uma surpresa em outubro” respondeu neste sábado a vice-ministra norte-coreana.

No final de junho, o subsecretário de Estado, Steve Bieguen, afirmou que a pandemia global de coronavírus dificulta qualquer cúpula presencial e considerou “pouco provável” uma reunião entre os líderes.

Trump tornou-se em 2018 o primeiro presidente dos Estados Unidos a se reunir com o líder da Coreia do Norte, país com o qual Washington nunca concluiu oficialmente uma guerra que iniciou há 70 anos.

Ambos os líderes chegaram a um acordo em Singapura sobre os termos gerais de um plano para encerrar o programa nuclear da Coreia do Norte.

No entanto, uma cúpula de seguimento em 2019 em Hanói significou um passo atrás. Estados Unidos rejeitou as exigências da Coreia do Norte para flexibilizar previamente as sanções internacionais.