O governo da Coreia do Norte anunciou nesta segunda-feira (22) que tem milhões de panfletos de propaganda para enviar ao Sul em balões, em um aumento da retórica contra Seul depois de destruir um escritório de relações entre os países.

Nas últimas semanas, a Coreia do Norte fez uma série de críticas à Coreia do Sul devido aos folhetos que os desertores norte-coreanos instalados no Sul enviam através da fronteira, geralmente presos a balões.

Coreia do Norte prepara campanha de propaganda contra o Sul

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Pyongyang afirma que congelará as relações com Seul. Na semana passada, o regime dinamitou um escritório de relações em seu lado da fronteira, um local que simbolizava a aproximação intercoreana, e agora ameaça reforçar sua presença na Zona Desmilitarizada.

Aparentemente, uma das fontes de irritação são os panfletos que, segundo Pyongyang, ofendem a dignidade de seu líder Kim Jong Un.

Por este motivo, o regime deseja adotar represália com “a maior distribuição de panfletos contra o inimigo”, afirmou nesta segunda-feira a agência oficial de notícias KCNA.

No total foram produzidos “12 milhões de panfletos de todo tipo que refletem a ira e o ódio das pessoas de todos os âmbitos da vida”, destacou a agência, antes de afirmar que mais de 3.000 balões estão prontos para o envio ao Sul.

“Se aproxima o momento da represália”, destacou a agência.

Um dos folhetos publicados no jornal oficial Rodong Sinmun mostra uma imagem do presidente sul-coreano Moon Jae-in bebendo de um copo e a frase que o acusa de “comer tudo, incluindo o acordo entre Coreia do Norte e Coreia do Sul”.

As duas partes da península coreana enviavam com frequência panfletos para o outro lado da fronteira, mas concordaram em interromper as atividades de propaganda, incluindo as transmissões por alto-falantes, na Declaração de Panmunjom, que Moon e Kim assinaram em sua primeira reunião em 2018.

As relações intercoreanas estão bloqueadas desde o fracasso do encontro de cúpula em Hanói entre Kim e o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, no início de 2019.

A reunião pretendia discutir as concessões que a Coreia do Norte estava disposta a aceitar para que os países ocidentais reduzissem as sanções econômicas implementadas contra o regime.