O Copom (Comitê de Política Econômica) do Banco Central (BC) elevou, nesta quarta-feira (16), a taxa básica de juros, a Selic, em 0,75 ponto percentual para 4,25%. O aumento já era esperado pelo mercado financeiro, que recebeu de maneira positiva mais essa elevação da Selic, a terceira deste ano.

Desde agosto do ano passado, a taxa básica de juros estava em 2% ao ano, menor patamar histórico. O objetivo era estimular o crescimento econômico diante da crise financeira gerada pela pandemia da covid-19.

+ Selic no fim de 2021 passa de 5,75% para 6,25% ao ano, projeta Focus

Aos poucos, a economia começa a dar sinais de recuperação e o grande desafio agora do BC é conter a alta da inflação. Em maio, o Copom já tinha sinalizado que faria “mais um ajuste da mesma magnitude” em junho, para controlar a disparada inflacionária.

“Com relação a economia brasileira, os dados estão positivos, já que ela vem apresentando uma aceleração no crescimento. Estamos avançando na vacinação com a consequente reabertura mais forte da economia e com a diminuição gradativa das medidas de restrições. Por outro lado, temos uma preocupação muito grande com a inflação, que nos últimos 12 meses, foi de 8,06%. O Banco Central está preocupado com isso, tem sinalizado muito que o foco é a inflação e que não quer uma deterioração de suas expectativas para 2021 e 2022”, afirma Rossano Oltramari, sócio e estrategista da 051 Capital.

De acordo com o último Boletim Focus, publicado nesta segunda-feira (11) e que mostra as expectativas do mercado, a projeção para a inflação oficial (IPCA) neste ano está em 5,82%, bem acima do centro da meta anual que é de 3,75% e do seu teto (5,25%).