Está previsto para esta quarta-feira (27) o anúncio do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central sobre a política de juros no Brasil. Pelas estimativas do mercado, a taxa seguirá ritmo de alta e deve sair dos atuais 6,25% para 7,5% ao ano – aumento de 1,25 ponto percentual.

Se a tendência se confirmar, a taxa Selic vai atingir o maior patamar em quatro anos (outubro de 2017). Desde então, a taxa básica de juros seguiu todo o ano de 2018 e meados de 2019 em 6,5%, caindo para 2% em agosto de 2020.

+ Ibovespa ensaia recuperação com balanços antes de Copom; Inter salta 6,5%

Com a pandemia e o descompasso fiscal, alinhado à valorização do dólar, o Copom vem ajustando a Selic consecutivamente desde março, quando abandonou a faixa dos 2% e atingiu, progressivamente, os atuais 6,25%.

O anúncio desta quarta-feira (27) está programado para ser feito às 18h, pouco após o fechamento do mercado brasileiro.

Para o final do ano, o mercado aguarda mais ajustes na Selic, já que nesta semana o último boletim Focus apontou previsão de fechar o ano em 8,75%. Mais pessimista, o professor de economia e pesquisador do Centro Mackenzie de Liberdade Econômica (CMLE) da Universidade Presbiteriana Mackenzie, Ulisses Ruiz de Gamboa, acredita que o ano deve encerrar com a taxa entre 9% e 9,25%.

Pesa neste cenário a instabilidade fiscal, promovida pelo furo do teto de gastos com a chegada do Auxílio Brasil. “Essa instabilidade está provocando uma disparada do dólar, está acelerando a inflação e essa aceleração vai ser combatida pelo Banco Central com o aumento da taxa básica”, disse o economista por nota.