A Vale informou que 1,7 bilhão de ações preferenciais (sem direito a voto) da mineradora foram entregues voluntariamente para permuta ou conversão em papéis ordinários (ON, com direito a voto), o equivalente a 84,4% das PNAs em circulação, de acordo com fato relevante divulgado pela empresa na noite de sexta-feira.

O total de ações preferenciais entregues pelos investidores para conversão em ON inclui os papéis PN que são representados por American Depositary Shares (ADS), negociados na Bolsa de Valores de Nova York (NYSE, na sigla em inglês). O prazo para a permuta ou conversão dos papéis em ON terminou ontem (11). Na operação de troca, era possível converter ações PN em ON e/ou permutar o ADS de papéis preferenciais pelo ADS de ações ordinárias.

A conversão das ações superou a adesão mínima necessária, de 54,09% dos detentores de ações preferenciais, para que o controle da Vale seja pulverizado. “Estamos muito satisfeitos com o resultado, que superou as nossas melhores expectativas”, afirma o diretor-presidente da Vale Fabio Schvartsman no comunicado à imprensa. O executivo ressalta que a troca das ações é um “importante passo” para que a Vale seja transformada em uma corporation, que são empresas de controle pulverizado, muito comuns nos Estados Unidos.

A Vale anunciou em fevereiro o acordo de acionistas com a intenção de mudar sua estrutura de capital. Entre os maiores donos da mineradora estão fundos de pensão – como a Previ (dos funcionários do Banco do Brasil) e a Petros (da Petrobras) – a BNDESpar, o grupo Mitsui e a Bradespar.

Um dos objetivos da empresa é listar suas ações no Novo Mercado da B3, o segmento que exige as práticas mais elevadas de governança corporativa. Para isso, a empresa precisa ter apenas ações com direito a voto.