Em 2018, a China, principal receptora de resíduos no mundo, foi obrigada a mudar suas práticas devido à pressão de ambientalistas. Esse movimento fez com que parte dos carregamentos de lixo fosse desviada para outros países asiáticos. A iniciativa, no entanto, não agradou os novos destinatários. Na Malásia, a ministra do Meio Ambiente, Yeo Bee Yin, declarou que o país não será o “lixão” do mundo. “Embora sejamos um país pequeno, não seremos assediados por nações desenvolvidas”, afirmou. Mais de 150 instalações ilegais para a reciclagem foram fechadas pelo governo local que vai devolver três mil toneladas de resíduos plásticos para os Estados Unidos, Reino Unido, Canadá e Austrália. Segundo a ministra, boa parte desse lixo entrou ilegalmente no arquipélago.

O problema não atinge só a Malásia. Em Manilla, capital das Filipinas, foram interceptados 69 contêineres com mais de 1,5 mil toneladas de resíduos tóxicos ou não recicláveis que haviam entrado de forma ilegal o país asiático. Irritado, o presidente filipino, Rodrigo Duterte, ameaçou devolver carregamentos para os países de origem. “Aviso ao Canadá que, caso não venha tirar esse lixo daqui na próxima semana, vou levá-lo ao mar e jogar na costa do país”, disse.

(Nota publicada na Edição 1124 da Revista Dinheiro)