O dia 22 de março entrou para o calendário como Dia Mundial da Água. Apesar da importante celebração, a situação dos rios do País não é de se comemorar. A Fundação SOS Mata Atlântica publicou um retrato atualizado sobre os cursos d’água do bioma, que cortam 103 municípios em 17 estados. Dos 220 rios, 75,4% apresentam qualidade de água apenas regular e 16,9%, ruim. Três rios foram considerados péssimos e apenas 15 rios apresentaram boas condições e estado de conservação – nenhum deles, no entanto, foi considerado “ótimo”. Quando comparado ao levantamento de 2018, há uma esperança. O número de rios com qualidade boa subiu 1,7 ponto percentual (p.p). Por outro lado, também houve avanço dos rios considerados “mortos”. A quantidade de cursos com péssima qualidade subiu de 0 para 1,3% este ano. Um eles é o rio Paraopeba, atingido pela lama que jorrou da barragem da mina Córrego do Feijão, em Brumadinho (MG). A expedição de campo da ONG encontrou, inclusive, vestígios dos rejeitos no reservatório da Usina Hidrelétrica de Três Marias, no rio São Francisco (onde deságua o Paraopeba), a 331 km da barragem que se rompeu.

(Nota publicada na Edição 1114 da Revista Dinheiro)