A contaminação do ar custa 166 bilhões de euros (US$ 196 bilhões) ao ano à Europa, segundo um relatório que será publicado na quarta-feira (21) e que examina os custos vinculados com as mortes prematuras, cuidados médicos e dias de trabalho perdidos em 432 cidades europeias.

Este informe, elaborado pela agência CE Delft para a Aliança Europeia de Saúde Pública (EPHA), uma plataforma de ONGs com sede em Bruxelas, estuda 432 cidades dos 27 países da União Europeia, assim com Reino Unido, Noruega e Suíça.

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O informe destaca os três principais poluentes do ar – os particulados (PM), o dióxido de hidrogênio (NO2) e o ozônio (03) -, bem como os custos sociais que causam, tanto os diretos, como os relacionados com os cuidados; quanto os indiretos, como a redução da expectativa de vida ou doenças, como bronquites crônicas graves.

Londres é a cidade onde o custo é maior (11,4 bilhões de euros), seguida de Bucareste e Berlim. Paris ocupa a sétima posição, segundo o relatório.

“Nosso estudo revela até que ponto um ar tóxico é prejudicial para a saúde e também quão importantes são as desigualdades existentes entre os países da Europa”, comentou o secretário-geral da EPHA, Sascha Marschang, citado em um comunicado da associação Respira.

“A situação pode melhorar com políticas públicas nas áreas dos transportes e as cidades podem reduzir os custos, incentivando a mobilidade não poluente”, prosseguiu.

A poluição do ar das cidades, onde vivem dois terços dos europeus, se deve a vários fatores: transportes, calefação, atividades industriais e agrícolas.

Diante da dificuldade de avaliar com precisão a parte correspondente a cada um destes setores, o informe se concentrou nos transportes, a principal fonte de contaminação do ar urbana, a estimou que um aumento de 1% no número de carros em uma cidade aumenta os custos sociais em cerca de 0,5%.

Em 2016, a contaminação produzida na União Europeia pelos transportes se traduzia em um custo de até 80 bilhões de euros (94,6 bilhões de dólares).

“É preciso fazer esforços a favor de formas de transporte menos contaminantes: caminhar, bicicleta e veículos elétricos”, diz Olivier Blond, diretor da associação Respira.

A contaminação do ar é responsável por 400.000 mortes prematuras por ano na Europa, segundo a Agência Europeia do Meio Ambiente (AEE), embora este dado possa estar subestimado.