A disseminação do novo coronavírus já fechou diversas fábricas de processamento de carne nos Estados Unidos, como da Smithfield e JBS . Um levantamento da USA Today mostra que o surto do vírus em frigoríficos pode ser mais extenso do que se pensava anteriormente.

Mais de 150 das maiores fábricas de processamento de carne do país operam em estados onde a taxa de infecção por coronavírus está alta. Essas instalações representam mais de 1 em cada 3 das maiores plantas de processamento de carne bovina, suína e aves do país. As taxas de infecção em torno dessas plantas são mais altas que as de 75% de outros municípios dos EUA, segundo a análise.

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O setor afirma ter produção suficiente, apesar de contabilizar mais 2.200 trabalhadores contaminados, em 48 fábricas. No entanto, há possibilidade de que o número de casos continue a aumentar e que os frigoríficos se tornem as próximas zonas de desastre.

De acordo com especialistas, há pouco risco de uma redução no suprimento de proteínas, já que entre a segurança dos trabalhadores e a manutenção de carne nas prateleiras dos supermercados, os matadouros do país escolherão produzir alimentos.

Ontem (21), um projeto de lei apresentado na Câmara dos Deputados dos EUA exigia que fosse emitido padrões de segurança aplicáveis ​​para proteger os trabalhadores da Covid-19. Mais de 30 senadores enviaram uma carta ao presidente Donald Trump questionando o que estava sendo feito para proteger os trabalhadores da alimentação e a cadeia de suprimentos.

Além disso, algumas fábricas estão trabalhando com a capacidade acima do aconselhável, o que pode expandir ainda mais o problema. Esses polos receberam isenção do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA, na sigla em inglês) para seguir com a produção.

A maioria das plantas habilitadas são de propriedade da Tyson Foods e Wayne Farms, de acordo com um registro do departamento. Uma delas, da Wayne Farms em Albertville, Alabama, divulgou nesta semana que 75 de seus trabalhadores testaram positivo para o vírus, com um óbito. A fábrica se comprometeu em diminuir a produção para melhorar a segurança.

As empresas afirmaram à reportagem que estão tomando medidas para manter os trabalhadores a salvo de surtos, enquanto continuam a alimentar o país.