Um estudo, publicado nessa terça-feira (13), na revista The Lancet Oncology, indica que 4% dos novos casos de câncer em 2020 estão associados ao consumo de álcool. A incidência é maior em homens (76% dos casos), que foram diagnosticados principalmente com câncer de esôfago, fígado, mama, colorretal, boca e garganta.

Do total global de casos de câncer associados ao consumo de álcool, 39% ou 291 mil foram diagnosticados em pessoas que bebem de 20g a 60g por dia, o correspondente a duas e seis doses. Os maiores índices foram registrados na Ásia Oriental (5,7% do dado global) e Europa Central e Oriental (5,6%). Os mais baixos são os do norte da África (0,3%) e Ásia Ocidental (0,7%).

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Para aqueles que consumiam mais de seis doses, o registro foi de 47% do total de novos diagnósticos de câncer. Mesmo as doses moderadas são preocupantes — esse nível de consumo representou 14% do total, ou 103.100 casos.

“Nossos resultados destacam a necessidade de políticas e intervenções eficazes para aumentar a conscientização sobre os riscos de câncer associados à ingestão de álcool, e diminuir o consumo para prevenir a carga de doenças relacionadas“, destacam os autores na publicação.

Os pesquisadores avaliaram como base as estimativas de consumo de álcool por habitante de cada país do Sistema de Informação Global sobre Álcool e Saúde, vinculado à Organização Mundial da Saúde (OMS), divulgado em 2010.

Eles consideraram como período de latência 10 anos entre o consumo de álcool e o diagnóstico de câncer. Na sequência, compararam esses dados com os níveis de incidência da doença no Globocan 2020, um relatório da Agência Internacional de Pesquisa sobre o Câncer, para estimar novos casos atribuíveis ao álcool em cada país.