A mediana da inflação esperada pelos consumidores para os próximos 12 meses recuou 0,3 ponto porcentual em julho, para 4,5%, ante um resultado de 4,8% obtido em junho, segundo o Indicador de Expectativa de Inflação dos Consumidores, divulgado pela Fundação Getulio Vargas (FGV). Em relação a julho de 2019, houve redução de 0,8 ponto porcentual.

“O cenário de atividade econômica fraca, preços em geral bem controlados e expectativas de mercado ancoradas possibilitam que a mediana da expectativa de inflação dos consumidores convirja cada vez mais para o consenso de mercado e centro da meta. Para os próximos meses, na ausência de choques, é plausível que haja espaço para novas quedas considerando que a demanda deve voltar a aumentar de forma lenta mantendo os preços em patamar mais baixo”, avaliou Renata de Mello Franco, economista do Instituto Brasileiro de Economia da FGV (Ibre/FGV), em nota oficial.

Na distribuição por faixas de inflação, 17% dos consumidores projetaram em julho valores abaixo do piso de 2,5% da meta de inflação de 4% perseguida pelo Banco Central em 2020. Já a proporção de consumidores projetando inflação acima da meta de inflação para 2020 diminuiu de 44,8% em junho para 42,8% em julho.

Na análise por faixas de renda, todas diminuíram suas expectativas medianas para a inflação nos 12 meses seguintes, principalmente as famílias de menor poder aquisitivo. Entre as famílias com renda mensal até R$ 2,1 mil, as expectativas caíram de 5,7% em junho para 5,2% em julho, menor valor desde setembro de 2007 (4,9%). Para as famílias mais ricas, com renda acima de R$ 9,6 mil mensais, as expectativas recuaram de 3,7% para 3,6%, novo piso histórico da série.

O Indicador de Expectativa de Inflação dos Consumidores é obtido com base em informações da Sondagem do Consumidor. Aproximadamente 75% dos entrevistados respondem aos quesitos relacionados às expectativas de inflação.