O consumidor paulista se mostrou menos otimista em dezembro, em relação à própria condição financeira e também à economia em geral, do que seus pares nos demais Estados da região Sudeste e no País como um todo, apontam índices de confiança da Associação Comercial de São Paulo (ACSP) elaborados pelo Instituto Ipsos.

No último mês de 2017, o indicador que mede a confiança no Estado de São Paulo ficou em 64 pontos, ligeiramente acima dos 60 pontos registrados em novembro. O resultado, no entanto, é 10 pontos inferior ao medido pelo indicador de abrangência nacional, que ficou em 74 pontos – dois acima do verificado anteriormente. Já na região Sudeste, o índice apontou os mesmos 74 pontos, contra 66 pontos no levantamento anterior.

Os indicadores variam entre zero e 200 pontos, em que resultados abaixo dos 100 pontos indicam pessimismo, enquanto aqueles acima da marca apontam otimismo dos consumidores.

Para o presidente da ACSP, Alencar Burti, a recuperação dos indicadores em dezembro, na comparação com novembro, é resultado de “uma melhora concreta dos indicadores econômicos”. Ainda assim, o executivo reconhece que o mercado consumidor ainda está distante de chegar ao terreno considerado otimista, situado acima dos 100 pontos.

O maior pessimismo do consumidor paulista em relação aos demais, explica Burti, pode ser justificado pelas dúvidas no horizonte econômico brasileiro. “Os paulistas acompanham mais o noticiário e, com isso, as incertezas e crises nos campos econômico e político minam sua confiança”.

A avaliação do diretor do Instituto Ipsos, Danilo Cersosimo, vai na mesma linha de Burti. “O consumidor paulista é naturalmente mais crítico em relação à economia pelo fato de o estado ter o rótulo de ‘locomotiva’ do Brasil. As expectativas criadas nos anos de bonança no consumo se revertem em desencanto na mesma proporção – daí a confiança do Estado ser menor do que a nacional e a regional neste momento”, argumenta.