A Sondagem Indústria da Construção de janeiro, divulgada nesta quarta-feira, 28, pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), mostra que o nível de Utilização da Capacidade de Operação (UCO) do setor subiu para 60% em janeiro e ficou dois pontos acima dos 58% registrados em dezembro do ano passado. Trata-se do menor nível de ociosidade da construção registrado desde julho de 2015, quando também ficou em 40%.

Os indicadores da atividade e do emprego na construção também tiveram melhora em janeiro, segundo o levantamento da CNI, chegando, respectivamente, a 45,6 e 43,9 pontos no mês, altas de 0,7 e de 0,9 ponto em relação a dezembro.

Apesar de estarem ainda abaixo da linha divisória os 50 pontos, o que indica retração, na comparação com janeiro de 2017, os indicadores cresceram, respectivamente, 6,3 e 5,5 pontos, apresentando um menor ritmo de queda no primeiro mês de 2018.

“Há sinais de melhora no setor. Mas a recuperação da crise depende da consolidação do crescimento econômico e do emprego. Com isso, haverá o aumento dos investimentos em obras e as famílias terão segurança para buscar financiamento e comprar a casa própria”, avalia Flávia Ferraz, economista da CNI.

A entidade ressalta que o fraco desempenho da construção e a ociosidade ainda elevada contribuem para um cenário de empresários ainda pouco dispostos a investir. Nesta edição da Sondagem, o índice de intenção de investimentos não sofreu mudança, ficando no mesmo patamar registrado no estudo anterior, de apenas 32,1 pontos – o indicador varia de zero a cem pontos e quanto maior o índice, maior é intenção de investimentos do setor.

Otimismo

O estudo mostra que a confiança dos empresários do setor oscilou negativamente na passagem de janeiro para fevereiro. Mesmo com queda, os indicadores de expectativas permanecem acima da linha dos 50 pontos. “Isso mostra que os empresários continuam otimistas e esperam o crescimento do nível de atividade e do emprego, de novos empreendimentos e serviços e da compra de insumos e matérias-primas nos próximos seis meses”, diz a CNI.

Nesta edição, os indicadores de expectativa do nível de atividade e de novos empreendimentos e serviços caíram 0,8 e 1,9 pontos, respectivamente, atingindo 55,4 e 53,8 pontos. Já os índices de compras de insumos e matérias-primas e do número de empregados recuaram 0,5 e 0,7 pontos, respectivamente, alcançando 54,5 e 53,3 pontos.

A Sondagem Indústria da Construção de janeiro foi feita entre 1º e 19 de fevereiro com 608 empresas do setor. Dessas, 205 são pequenas, 269 são médias e 134 são de grande porte.