A Assembleia Geral da ONU deve escolher nesta quarta-feira (17) cinco membros não permanentes do Conselho de Segurança para 2021 e 2022, em uma eleição na qual Djibuti e Quênia se enfrentam por uma cadeira, e Canadá, Noruega e Irlanda disputam outras duas.

Para a região da América Latina e Caribe, o México tem a vaga assegurada como candidato único, a mesma situação da Índia para o grupo Ásia-Pacífico.

Como aconteceu em oportunidades anteriores, a África não conseguiu, porém, apresentar apenas um candidato para a cadeira que corresponde ao continente.

Enquanto o Quênia afirma que tem o apoio da União Africana, Djibuti alega ter prioridade em função de um princípio de rodízio e porque Nairóbi já integrou o Conselho mais vezes.

Em suas campanhas, os países rivais – diferentes também pelo idioma, inglês e francês – destacaram suas ações para garantir a paz na região conturbada do Chifre da África.

O Quênia destacou sua recepção aos refugiados somalis e do sul do Sudão, assim como o apoio aos governos dos países afetados. Djibuti, com uma situação geográfica estratégica e que tem bases militares americana, francesa, chinesa e japonesa, também ressalta seu papel para pacificar a Somália.

O grupo da Europa ocidental e outros, que está acostumado à disputa, observa o embate entre Canadá, Irlanda e Noruega por duas cadeiras.

Em sua última tentativa, em 2010, o Canadá sofreu uma dura derrota para Portugal. Um novo revés pode ter consequências políticas para o primeiro-ministro Justin Trudeau.

Cada um dos 193 membros da ONU está convidado a depositar o voto nesta quarta-feira em uma urna, de acordo com um horário previamente estabelecido.

Para obter uma cadeira no Conselho é necessária a maioria de dois terços, ou seja, 128 votos em caso de participação dos 193 membros das Nações Unidas. Não está descartada a possibilidade de várias rodadas de votação em meio a uma disputa acirrada entre os candidatos.

O Conselho de Segurança tem 15 membros: cinco deles permanentes (EUA, China, Grã-Bretanha, França e Rússia) e dez não permanentes, renovados de cinco em cinco todos os anos.

Na eleição desta quarta-feira, os membros da Assembleia Geral também devem escolher o próximo presidente para a sessão 2020-2021. Apenas um candidato está na disputa, o ex-ministro e diplomata turco Volkan Bozkir.

Recentemente, porém, Grécia, Armênia e Chipre expressaram sua oposição a sua designação por consenso e pediram uma votação secreta.