Em coletiva de imprensa para apresentar o resultado da empresa em 2017, o presidente da Petrobras, Pedro Parente, destacou o pedido do conselho de administração para que fossem avaliadas mudanças na política de distribuição de dividendos. “Temos novidades importantes para os acionistas”, afirmou.

O estudo, se aprovado pelo conselho de administração, será levado à assembleia com acionistas em abril. A companhia avalia pagamento trimestral de dividendos, conforme comunicado ao mercado divulgado mais cedo.

A nota diz que o conselho de administração determinou a realização de estudos para alterações no estatuto social na cláusula de destinação dos resultados, com o objetivo de estabelecer pagamentos trimestrais de dividendos ou de juros sobre capital, “bem como possibilitar o pagamento de dividendos intermediários à conta da reserva de lucros”.

No balanço de 2017 não há menção a distribuição de proventos aos acionistas.

Aperfeiçoamento

O presidente da Petrobras afirmou que a mudança na política de pagamento de dividendos vale para a controladora e não necessariamente será estendida às subsidiárias, como à BR Distribuidora. O conselho da BR vai decidir por conta própria se vai pedir estudo para mudar a sua política.

Para a controladora, a mudança “não é inusitada, mas uma visão de aperfeiçoamento”, disse Parente.

Ao encerrar a coletiva de imprensa em que detalhou o resultado financeiro de 2017, o presidente da Petrobras ainda afirmou que houve uma melhora na gestão da dívida, ao eliminar passivos.

Apesar do pagamento de R$ 11,1 bilhões a investidores nos Estados Unidos, para encerrar ação coletiva, o que comprometeu a geração de caixa e métricas de alavancagem, a perspectiva é de que a meta de 2,5 vezes para a relação de Ebitda ajustado e dívida líquida seja alcançada ao fim do ano.

Para isso, a empresa conta com o fluxo de caixa livre e com a continuidade dos resultados operacionais positivos. “A empresa, sob o ponto de vista operacional, está muito bem e temos certeza de que vamos continuar bem”, disse Parente

Óleo de mero

O primeiro óleo do campo de Mero, na Bacia de Santos, será produzido em 2021, segundo a diretora de Exploração e Produção da Petrobras, Solange Gomes, que participou da entrevista coletiva de imprensa para apresentar os resultados de 2017.

Anteriormente, a previsão era que a plataforma de Mero começasse a operar em 2020. Porém, a contratação da embarcação atrasou, devido a uma longa discussão sobre o conteúdo local do FPSO, inclusive na Justiça.

Solange informou ainda que a plataforma da área de Sépia, também de cessão onerosa, começará a produzir em 2021.

Em sua apresentação, a diretora destacou ainda que, em 2017, a reposição de reservas superou a produção.