Estas são as principais propostas do ex-presidente Sebastián Piñera, de direita, e do senador governista de esquerda Alejandro Guillier (esquerda), que no segundo turno deste domingo aspiram se tornar o próximo presidente do Chile.

O programa de governo proposto por Piñera está avaliado em 14 bilhões de dólares, enquanto o de Guillier, que se anuncia como a pessoa que dará continuidade às reformas empreendidas pela atual presidente, Michelle Bachelet, terá um custo de 10,5 bilhões de dólares.

Veja a seguir as principais propostas:

– Economia –

Piñera:

– Colocar o Chile no grupo de países desenvolvidos em 2025.

– Duplicar o crescimento da Economia, que este ano se situará em torno de 1,4%, impedido pela queda do preço do cobre, do qual o Chile é o principal produtor mundial.

– Criar 600.000 empregos em quatro anos e reduzir a pobreza dos 11,7% atuais.

– Parte do programa será financiado mediante “um esforço de austeridade e redesignação” do orçamento do Estado.

Guillier:

– Fomentar o valor agregado à produção chilena e criar 900.000 empregos.

– Descentralização.

– Subir os impostos das empresas de 25% para 27%.

– Educação –

Piñera:

– Diminuir os juros do Crédito com Aval do Estado (CAE), ao qual tiveram acesso cerca de 800.000 jovens desde a sua criação, em 2006, e com o qual contraíram uma dívida de 8,260 bilhões de dólares, equivalente a 3,6% do PIB chileno.

– Manter a gratuidade para quem já desfruta dela e aumentá-la para 90% dos estudantes de institutos de formação técnica com menos recursos.

– Acesso universal e gratuito à educação infantil.

Guillier:

– Aumentar a gratuidade universitária de 60% – cerca de 260.000 estudantes atualmente – para 70% no próximo ano.

– Apoia o projeto de lei que estabelece, sob certos parâmetros de crescimento econômico, a educação gratuita para 100% dos estudantes para o ano de 2020.

– Perdoar a dívida contraída com o CAE de 40% dos mais pobres.

– Saúde –

Piñera:

– Criará um “Ministério da Família” e um seguro contra doenças catastróficas, como o câncer.

– Deixa em suspenso a decisão de reverter a lei do aborto terapêutico instaurada pelo governo de Bachelet.

Guillier:

– Atendimento primário para todos os chilenos mediante a criação de um Fundo Solidário Nacional, que será coberto com a arrecadação de 3% da cotização obrigatória.

– Aposentadorias –

O Chile tem um sistema de aposentadoria de capitalização privada que se mantém como herança da ditadura de Augusto Pinochet (1973-1990).

Piñera:

– Fazer o empregador cotizar 4% ao fundo de pensões dos funcionários.

Guillier:

– Fazer o empregador cotizar 5% para o fundo de pensões, que irá em parte aos fundos de pensões particulares, e outra alimentará um fundo solidário.

Isso permitirá aumentar em 20% as aposentadorias atuais (300 dólares em média) e as futuras em 50%.

– Migração –

Piñera:

– Criar um Conselho de Política Migratória, concessão de vistos para trabalhadores qualificados e tornar mais ágil o trâmite para expulsão de migrantes que infringirem a lei.

Guillier:

– Criar um registro nacional de estrangeiros, fixar regras para as entradas e um controle estrito de permissão de trabalho, a fim de evitar o tráfico de pessoas.