Marketing não é para amadores. Desde o lançamento das redes sociais, não há profissionais do ramo que possam se dizer especialistas em tudo o que as empresas precisam para crescer e posicionar sua imagem. São atualizações anuais do Google para as buscas, mudanças nas métricas dos anúncios on-line, novas trends do momento nas redes sociais e apps lançados a todo segundo. Tudo torna a profissão complexa e para os generalistas traz a necessidade de uma boa equipe. É nesse cenário de guerra que entra a RanMyApp. O modelo de negócio consiste em uma consultoria full para apps – tanto os já existentes, quanto os lançamentos. “É um plano de ação completo”, afirmou à DINHEIRO o CEO da startup, Leandro Scalise.

A questão da vez é cuidar da experiência do cliente também nos apps, como as marcas fizeram em seus websites e nos canais em redes sociais. Isso envolve desde ter uma boa impressão da marca durante o uso até melhorar o posicionamento nas lojas de aplicativos, além de responder às avaliações dos clientes e aprender a tirar os melhores insights de mais essa ferramenta de relacionamento. “Acumulamos uma grande quantidade de dados importantes”, afirmou Scalise. “Isso é inteligência de marketing.” Dependendo do plano, o cliente também tem acesso ao software que reúne as informações sensíveis para análises e insights e ele mesmo toma as próprias decisões.

Scalise disse que percebeu a oportunidade em 2015 e decidiu escrever o primeiro algoritmo de classificação de reviews, que se tornaria um dos produtos-chave da empresa posteriormente. “Com um passado de marketing digital e inteligêndia de mercado, vi uma oportunidade em explorar isso.” Hoje a startup é a líder desse segmento na América Latina, com crescimento médio anual da receita em 44%. Com acelerações na Startup Farm no Brasil, Alchemist Accelerator nos Estados Unidos, primeira rodada de seed e outra de Série A, já acumula US$ 306,7 mil em investimentos, segundo a Crunchbase (as informações de faturamento e valuation não são abertas). O executivo diz que o breakeven aconteceu em 2018.

DivulgaçãoPAPO CABEÇA O CEO da startup, Leandro Scalise, conta que a chave para seu negócio foi reunir as informações e os dados dos usuários e aplicar isso de modo inteligente no marketing. (Crédito:Divulgação)

Da parte dos clientes, as soluções são feitas caso a caso. A Claro, por exemplo, tinha como objetivo melhorar a média das avaliações de seu app. Foi de 2,7 para 4,5 (a nota máxima é 5,0). O trabalho foi feito diretamente com os clientes, e a RankMyApp focou em respostas mais assertivas com base em atendimento de qualidade, envolvendo a empatia e a resolução de problemas para as avaliações feitas. Já com a Polishop, o objetivo era aumentar o retorno sobre o investimento em anúncios do app. Em dois meses, houve alta de 47%, com otimização de campanhas, controle dos picos de instalação e organização de dados.

Com isso a empresa oferece um cardápio de melhorias a serem empregadas de acordo com o desejo do cliente. Nos apps de e-commerce há casos de incremento de 70% das compras. Nos de mapas e navegação, um salto de 93% nos resultados gerais dos clientes atendidos, segundo dados da empresa.

MENTORIA Durante a aceleração da startup pela Achelmist Accelerator, Scalise teve a oportunidade de receber mentoria de nomes como Noah Eisner, ex-conselheiro da Amazon e Microsoft, fundador da Coupa, empresa de US$ 4,1 bilhões de valor de mercado. “Ele é muito direto e agressivo para resultados”, disse o CEO da startup brasileira. “Ter transparência e uma cultura forte também é um ensinamento de que não abrimos mão.” Hoje, são cinco sócios, 11 líderes de alta gestão, 37 líderes de equipes e 250 colaboradores no total, sendo 48 pessoas focadas somente em tecnologia, dados e operações. E um vasto portfólio de mais de 600 empresas atendidas – o que inclui 45% dos 500 maiores apps do país. A atuação também é internacional, em 17 países. “E 33% da receita hoje vem de fora”, disse Scalise.