O presidente da República, Jair Bolsonaro (PL), reforçou nesta quinta-feira, 30, durante evento de entrega de moradias populares em Campo Grande (MS), que o Congresso votará nesta semana a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que prevê a ampliação do Auxílio Brasil em R$ 200, de R$ 400 para R$ 600. “É uma ajuda para os mais humildes, mas também para os senhores prefeitos, porque a economia roda em cima desse recurso”, disse.

A votação da PEC, que está sob relatoria do senador Fernando Bezerra (MDB-PE), foi adiada para esta quinta-feira, após uma polêmica sobre o alcance do estado de emergência que será decretado para blindar Bolsonaro das restrições da Lei Eleitoral, que impede a criação de programas sociais em ano de eleição.

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A proposta, vista como necessária para fortalecer o projeto de reeleição de Bolsonaro, já prevê, além de aumentar o valor do Auxílio Brasil, zerar a fila do programa social, estimada em 1,6 milhão de famílias; conceder uma “bolsa-caminhoneiro” de R$ 1 mil por mês; dar subsídio para garantir a gratuidade a passageiros idosos nos transportes públicos urbanos e metropolitanos; dobrar o vale-gás a famílias de baixa renda; e compensar Estados que reduzam as alíquotas de ICMS sobre o etanol para manter a competitividade do biocombustível em relação à gasolina. Todas as medidas valem somente até o final do ano.

BNDES

Jair Bolsonaro voltou a criticar nesta quinta-feira gestões petistas no que diz respeito à relação com outros países da América do Sul, como Venezuela. “Não queremos que dinheiro via BNDES não vá mais para fora da nossa pátria, não queremos mais que financie ditaduras aqui na América do Sul, Central e países da África”, cutucou. “Nós começamos a mudar isso desde que assumimos. O nosso BNDES trabalha para nós brasileiros, assim como a Caixa Federal, assim é o Banco do Brasil”, afirmou Bolsonaro durante a cerimônia em Campo Grande.

O presidente também falou, durante seu discurso, que atua pelo “progresso” dos povos indígenas e trabalha para colocar mais pontos de internet nas aldeias.

Bolsonaro disse ainda que espera a aprovação de um projeto “que está há quase 2 anos dentro do Parlamento para permitir a esses irmãos índios fazerem o que os fazendeiros fazem na terra ao lado”.

Em discurso de união, Bolsonaro afirmou que “não há diferença entre nós e os indígenas”. “Não há diferença entre brancos e negros, não há diferenças entre nordestinos e sulistas, somos todos iguais”, emendou, ignorando temas como o racismo e o preconceito no País.