O Congresso dos Estados Unidos se prepara para votar, nesta segunda-feira (21), um novo plano de apoio a famílias e empresas de cerca de 900 bilhões de dólares, considerado essencial para a primeira economia mundial, fortemente atingida pela pandemia.

Após meses de confinamento, democratas e republicanos anunciaram no domingo que haviam chegado a um acordo inicial sobre um pacote de medidas que incluía cheques para as famílias mais atingidas pela crise, ajuda para pequenas empresas e escolas, além de parcelas suplementares de seguro-desemprego de 300 dólares por semana e um subsídio para distribuição equitativa de vacinas contra o coronavírus.

Os legisladores dos Estados Unidos devem finalizar o acordo e aprová-lo nesta segunda-feira, em um momento em que a ameaça de uma paralisação do governo federal, ou “shutdown”, não está totalmente excluída.

O Congresso também decidiu prorrogar por 24 horas, até segunda-feira à meia-noite, a legislação que permite o financiamento a curto prazo do governo federal, para que os parlamentares também cheguem a um acordo sobre a nova lei de finanças.

– Cheques a partir da próxima semana –

Antes mesmo da votação sobre medidas urgentes de ajuda à economia, o secretário do Tesouro dos Estados Unidos, Steven Mnuchin, disse nesta segunda-feira que cheques de 600 dólares por adulto e por criança para famílias com maiores dificuldades começarão a ser enviados do início da próxima semana.

Mnuchin também comemorou essa ajuda que chega “bem a tempo para as festas” de fim do ano, em declarações à rede CNBC.

“As pessoas vão receber esse dinheiro no início da próxima semana. Será muito rápido”, acrescentou o membro do gabinete de Donald Trump.

Essas ajudas diretas se destinam a sustentar o consumo das famílias e, consequentemente, o crescimento. Para famílias com maiores problemas financeiros, deve pagar os aluguéis.

A primeira economia do mundo entrou em profunda recessão na primavera (outono no Brasil), a pior desde a década de 1930, devido à paralisação da atividade para combater o surto do novo coronavírus.

Da noite para o dia, milhões de americanos se viram desempregados.

A retomada sustentada no verão trouxe algum otimismo antes que a segunda grande onda da pandemia interrompesse a criação de empregos e a atividade novamente no outono.

Os legisladores agora têm apenas algumas horas para examinar as centenas de páginas de texto.

Mas, após meses de bloqueio e de debate enquanto a situação econômica continuava se deteriorando, as duas casas devem aprovar as medidas de gastos nesta segunda-feira, antes de apresentá-las ao presidente Trump para sua assinatura.

“Como disse o presidente eleito Joe Biden, é um primeiro passo e devemos fazer mais”, disse a democrata Nancy Pelosi, presidente da Câmara dos Representantes, nesta segunda-feira, ressaltando em particular a necessidade de mais ajuda para a compra de vacinas.

Este plano, que inclui assistência habitacional para evitar despejos, deve evitar que milhões de pessoas caiam na pobreza se perderem seu auxílio no dia seguinte ao Natal.

O primeiro pacote, que atingiu a gigantesca quantia de 2,2 trilhões de dólares, foi votado com urgência no final de março, em plena eclosão da pandemia de covid-19.

Esses benefícios incluíam seguro-desemprego de 600 dólares por semana e o envio de um cheque de 1.200 dólares por adulto.

Desde o verão, democratas e republicanos se encontram em um impasse sobre o valor total do novo plano de emergência: enquanto os primeiros exigiam um pacote equivalente ao de março, os segundos buscavam limitá-lo a um máximo de 1 trilhão de dólares.

Os democratas também exigiam cheques equivalentes aos enviados na primavera.

O novo plano inclui, como o anterior, apoio às empresas e um programa de crédito às pequenas empresas.

O presidente do Federal Reserve (Fed, o Banco Central americano), Jerome Powell, já havia alertado na semana passada que muitas pequenas empresas podem falir, caso não recebam novos auxílios.