Financiar o Exército, evitar um default e a paralisia do governo: os congressistas dos Estados Unidos voltaram nesta segunda-feira (29) a Washington após um fim de semana prolongado com uma agenda cheia que promete grandes batalhas no Capitólio.

O Legislativo tem até a sexta-feira para acordar um novo orçamento se quiser evitar a paralisia dos serviços federais, conhecida como “shutdown”.

Se os parlamentares não chegarem a um acordo antes desta data, o financiamento do Estado federal será cortado abruptamente.

Isto significa que tanto ministérios quanto parques nacionais, alguns museus e vários organismos serão afetados e colocarão seus funcionários em um estado conhecido como “desemprego técnico”.

Os congressistas poderão votar no meio da semana uma lei temporária para adiar este prazo até o debate sobre o orçamento de 2022, de forma a não arruinar as festas de fim de ano de muitos americanos.

– Pressão política –

Paralelamente, outra missão crucial ocupará novamente os legisladores: eles devem elevar ou anular até 15 de dezembro o teto do endividamento dos Estados Unidos se quiserem evitar o primeiro default soberano da maior potência mundial.

Os Estados Unidos, assim como todas ou quase todas as grandes economias, cobrem seus déficits em créditos há décadas. O país elevou ou suspendeu várias vezes este teto, também conhecido como “teto da dívida”.

Durante a presidência de Barack Obama (2009-20017), os republicanos começaram a usar esta instância para fazer pressão política.

Neste caso, recusam suspender o limite de endividamento. Seria, segundo eles, como dar um cheque em branco a Joe Biden.

A oposição quer que sejam os democratas, que têm uma apertada maioria no Senado e controlam a Câmara de Representantes, a resolver o problema, através de uma manobra parlamentar complexa que lhes permite aprovar o aumento ou a suspensão do endividamento por si sós.

Os democratas recusam-se por enquanto a se engajar neste mecanismo, mas o tempo urge pois, além destes temas, os legisladores devem chegar a um acordo sobre um orçamento específico da defesa.

Uma vez resolvidos estes temas, o Senado poderia abordar o gigantesco projeto de gasto social e ambiental de Joe Biden, de 1,75 trilhão de dólares, que compreende em particular universalizar as creches para a primeira infância e melhorar a cobertura da saúde.

Biden, cuja popularidade está em queda, espera receber este presente a tempo para as festas de fim de ano.