A confusão sobre se o governo do primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, vai ou não sobreviver permanece depois que uma fonte próxima da coalizão anunciou a realização de eleições antecipadas, o que o partido do premiê desmentiu rapidamente.

Pôr fim ao governo considerado o mais à direita da história de Israel seria um “erro histórico” aos olhos do primeiro-ministro, disse nesta sexta-feira (16) o porta-voz do partido Likud.

O governo mergulhou em uma crise desde que Avigdor Lieberman fechou a porta do Ministério da Defesa na quarta-feira, no dia seguinte a um cessar-fogo alcançado indiretamente por Israel com o movimento islamita palestino Hamas e seus aliados em Gaza.

Netanyahu reuniu-se nesta sexta com um dos pilares de sua coalizão, Naftali Bennet, ministro da Educação e líder do partido nacionalista religioso Lar Judaico. O encontro foi precedido por um ultimato deste partido: ou Bennet obtinha a desejada pasta da Defesa ou seria colocado um ponto final à coalizão.

A reunião com Netanyahu “terminou com um acordo sobre o fato de que continuar com o governo atual já não fazia sentido”, disse uma fonte próxima a Bennet. Esta mencionou explicitamente a oposição de outro parceiro da coalizão, o ministro das Finanças, Moshe Kahlon, ao fato de nomear Benner para a Defesa.

Estes “boatos” não são “exatos”, respondeu o porta-voz do Likud.

Netanyahu pretende “mobilizar todos os esforços” para preservar o governo e “não cometer o mesmo erro que em 1992, quando caiu o governo da direita, o que levou a esquerda ao poder e conduziu a Oslo, uma catástrofe para o Estado de Israel”, disse, em alusão ao acordo sobre a autonomia palestina.

“Por enquanto”, Netanyahu assumirá as funções de ministro da Defesa, de Relações Exteriores e de Saúde.

A solução para toda essa trama parece ter sido adiada até o domingo, depois do sabbat. Estão previstos para então novos encontros entre autoridades da coalizão.