De um jardim suspenso a uma agulha iluminada, as ideias para reconstruir a catedral de Notre Dame, em Paris, proliferam – e incluem um projeto do brasileiro Alexandre Fantozzi, do estúdio AJ6 – à espera de que se decida reconstruir o templo idêntico ao original ou modernizá-lo.

A discussão confronta “ortodoxos”, que defendem que a catedral gótica e sua emblemática agulha do século XIX voltem a renascer das cinzas, e “modernistas”, que querem lhe dar um toque inovador, a fim de que o monumento seja ao mesmo tempo um reflexo do século XXI.

A primeira opção é defendida pela maioria dos franceses, segundo pesquisas de opinião, e pelo arquiteto em chefe da catedral, Philippe Villeneuve, a cargo da reconstrução após o incêndio devastador de 15 de abril.

A segunda, sugerida pelo governo francês, seria uma forma de enaltecer os arquitetos, que poriam assim sua assinatura na história deste monumento histórico, cuja construção começou há oito séculos. Se esta opção for a escolhida, um concurso de projetos será aberto.

A seguir, algumas das propostas arquitetônicas para a reconstrução de Notre-Dame:

– o arquiteto brasileiro Alexandre Fantozzi, do estúdio AJ6, em São Paulo, propõe uma agulha coberta de vitrais em tons avermelhados.

– o célebre arquiteto britânico Norman Foster propõe um teto de vidro. A agulha, em forma piramidal, seria feita de vidro e aço inoxidável. Sua base seria cercada de uma plataforma para os visitantes.

– o arquiteto Alexandre Chassang, do estúdio ABH, propõe uma gigantesca agulha futurista de vidro.

– o escritório italiano Fuksas propõe um teto e uma agulha de vidro similar ao cristal Baccarat, que à noite seriam iluminados do lado de dentro.

– o escritório eslovaco Vizum Atelier propõe uma fina torre branca, prolongada por um feixe de luz.

– o designer Anthony Séjourné imagina um feixe de luz efêmero, que poderia funcionar no Natal.

– o escritório francês Godart + Roussel propõe uma agulha metálica, dominando um teto de vidro, que abrigaria um passeio.

– o arquiteto russo Alexander Nerovnya quer aliar o vidro à pedra.

– o estúdio belga Miysis propõe um teto de vidro vegetal e uma agulha idêntica à original.

– o arquiteto Nicolas Abdelkader, do estúdio NAB, propõe uma estufa de madeira e uma colmeia gigante. Neste espaço, abriria um centro de aprendizado e inserção para pessoas em dificuldades.

– o arquiteto Marc Carbonare propõe uma esplanada gigantesca, aberta ao público com uma agulha de pedra e um jardim.

– o designer francês David Deroo propõe uma agulha similar à original quanto à sua estrutura, mas de um branco imaculado.

– outro designer francês, Mathieu Lehanneur, quer recriar uma gigantesca chama em alusão ao incêndio.