Passado o forte abalo inicial provocado pela pandemia do novo coronavírus, a confiança de consumidores e de empresários mostrou acomodação em maio, segundo a divulgação extraordinária de uma prévia das sondagens apuradas pela Fundação Getulio Vargas (FGV).

O Índice de Confiança Empresarial (ICE) subiu 7,7 pontos na prévia de maio ante o resultado fechado do mês de abril, para 63,5 pontos. Já o Índice de Confiança do Consumidor (ICC) aumentou 6,5 pontos, para 64,7 pontos. Os resultados têm como base dados coletados até o dia 13 de maio.

“Após os níveis de confiança despencarem em abril, a prévia das Sondagens de maio mostra uma acomodação dos indicadores ainda em patamares extremamente baixos, sob o impacto da pandemia de Covid-19 e seus efeitos sobre a economia. Com a deterioração do cenário já em curso, uma parcela dos agentes econômicos calibrou expectativas ao migrar de respostas pessimistas para opções mais neutras. Em outras palavras, pode estar ocorrendo uma adaptação das expectativas ao ‘novo normal’ do período de crise”, avaliou Viviane Seda Bittencourt, coordenadora das Sondagens do Instituto Brasileiro de Economia da FGV (Ibre/FGV), em nota oficial.

A melhora nos índices de confiança na prévia de maio foi puxada por alguma redução do pessimismo em relação aos próximos meses. A percepção sobre a situação atual ficou estável tanto para empresas quanto para consumidores, apontou a FGV.

Entre os consumidores, o Índice de Situação Atual (ISA-C) avançou 0,9 ponto, para 66,5 pontos, e o Índice de Expectativas aumentou 10,0 pontos, para 65,0 pontos.

No Índice de Confiança Empresarial (ICE) que consolida os indicadores de confiança da Indústria, Serviços, Comércio e Construção , o Índice de Situação Atual dos Empresários (ISA-E) teve ligeira alta de 0,1 ponto, para 61,6 pontos, enquanto o Índice de Expectativas Empresarial (IE-E) aumentou 9,8 pontos, para 61,3 pontos.

A Indústria foi o único setor ainda com queda na prévia de maio, um recuo de 1,2 ponto no Índice de Confiança, para 57,0 pontos. Se confirmado, o resultado representaria o terceiro mês seguido de perdas, acumulando um tombo de 44,4 pontos no período, o que levaria a indústria ao menor patamar de confiança entre os quatro setores empresariais pesquisados.

O índice de confiança de Serviços subiu 9,0 pontos na prévia de maio, para 60,1 pontos, o que devolveria apenas 21% da queda de 43,3 pontos acumulada em março e abril.

O Índice de Confiança do Comércio aumentou 4,7 pontos na prévia de maio, para 65,9 pontos, uma devolução de apenas 12% das perdas nos dois meses anteriores, enquanto o Índice de Confiança da Construção cresceu 2,0 pontos, para 67,0 pontos, devolvendo apenas 7% do patamar perdido em maio e abril.

As prévias das sondagens da FGV coletaram informações de 2.528 empresas e de 1.300 consumidores entre os dias 1º e 13 de maio.