A confiança do empresário industrial chegou ao menor nível da história, com uma queda “sem precedentes”, segundo levantamento da Confederação Nacional da Indústria (CNI), divulgado nesta quarta-feira, 15. O recuo, conforme a entidade, “traduz o cenário atual de forte contração na atividade e elevada incerteza em razão da pandemia da covid-19”.

O Índice de Confiança do Empresário Industrial (ICEI) registrou queda de 25,8 pontos entre março e abril e atingiu 34,5 pontos neste mês.

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O indicador varia numa escala de zero a 100 pontos e índices abaixo de 50 pontos significam falta de confiança.

Segundo a CNI, até agora, a maior queda registrada em um único mês nesse indicador havia sido de 5,8 pontos, em junho de 2018, como consequência da greve dos caminhoneiros.

“Há dificuldades no fluxo de insumos, mercadorias e trabalhadores e as medidas de isolamento social e o consequente ‘desaparecimento do consumidor’ resultaram em forte queda na receita das empresas. As despesas fixas continuam e, nesse momento de maior necessidade, a oferta de capital de giro diminuiu e seu custo aumentou. A queda na confiança dos empresários vai contribuir para a paralisação dos investimentos, ou seja, para o agravamento da crise econômica”, destaca o documento da CNI.

O ICEI é resultado de dois componentes: o indicador de confiança com relação às condições atuais e com relação às expectativas. O índice de condições atuais caiu 20,2 pontos, para 34,1 pontos, enquanto o índice de expectativas caiu 28,6 pontos, para 34,7 pontos, apontando para um quadro de expectativas negativas que geram incertezas.

A pesquisa da CNI indica ainda que a queda de confiança é generalizada entre as regiões geográficas do Brasil, mas ainda é mais sentida entre os empresários do Sul, onde o indicador acumula queda de 34,6 pontos entre janeiro e abril. Na região Norte, foi registrada a menor queda na mesma base de comparação, apesar de significativa, de 26,8 pontos.

O levantamento foi feito entre os dias 1º a 14 de abril, com 2048 empresas.