Apesar da melhora na expectativa do comércio, o Índice Fecap de Expectativa nos Negócios registrou queda de quase 4 pontos. Realizada por telefone com empresários do comércio do Estado de São Paulo mensalmente pela Fundação Escola de Comércio Álvares Penteado (Fecap), a pesquisa apontou queda de 3,12% para o mês de janeiro, em comparação com dezembro de 2020.

O Índice Geral registrou 111,18 pontos em janeiro deste ano, na série sem ajuste sazonal. Em relação ao mesmo mês do ano passado, o indicador se encontra 14,93% abaixo do registrado naquele mês, quando o índice ficou em 130,69 pontos.

O Índice Geral diz respeito às respostas dos empresários sobre as suas encomendas atuais e futuras, realizadas junto a fornecedores; a evolução das vendas no período atual e futuro; e a avaliação da situação geral dos negócios.

Também de acordo com a entidade, o Índice Momento Atual apresentou queda de 8,29%, na comparação com o mês dezembro (108,79 pontos), registrando 99,77 pontos. Essa é a primeira vez, desde agosto de 2020 (quando o indicador foi de 96,15 pontos), que o número se encontra abaixo dos 100, o que indica pessimismo.

O Índice Momento Atual diz respeito às respostas dos empresários sobre as suas encomendas atuais, realizadas junto a seus fornecedores, a evolução das vendas no período atual e a avaliação da situação geral dos negócios.

A análise da Fecap é que a queda foi influenciada principalmente pelas vendas, 16,35% abaixo do verificado em dezembro de 2020. As encomendas e situação geral dos negócios também registraram quedas de 2,40% e 5,50%, respectivamente, quando comparado com o mês anterior.

Apesar de o mês janeiro ser considerado pelos comerciantes como um mês fraco para as vendas, devido ao período de férias e contas de início de ano (IPTU, IPVA, matrícula e material escolar, entre outras), a queda intensiva do índice também está relacionada à reclassificação do Plano São Paulo e a decretos municipais impondo restrições.

Os resultados do Índice Futuro, que registra as expectativas para os próximos três meses, apresentou alta em janeiro, na comparação com o mês anterior (3,70%), registrando 128,29 pontos. Quando comparado com o mesmo mês do ano anterior, quando o índice registrava 159,40 pontos, o valor ainda se encontra 15,20% abaixo. Os resultados do Índice Futuro se devem, principalmente, às expectativas de encomendas para os próximos três meses, com alta de 4,26% (125,51 pontos), quando comparamos com o mês anterior.

As expectativas de vendas futuras tiveram uma alta de 3,17%, alcançando 131,08 pontos no começo deste ano, apesar do aumento de casos e mortes por covid-19 e a incerteza do plano de flexibilização das atividades econômicas.

De acordo com a Fecap, a principal influência para a melhora nas expectativas se deve ao início do plano de imunização nacional, mediante aprovação do uso emergencial, pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), das vacinas Coronavac, produzida pelo Instituto Butantan com o laboratório chinês Sinovac, e AstraZeneca, desenvolvida pela Universidade de Oxford com a Fiocruz.

O Índice Futuro é calculado com base nas expectativas dos empresários em relação às suas vendas e encomendas em um horizonte temporal de 3 meses.