O Índice Nacional de Expectativa do Consumidor (Inec), medido pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), subiu apenas 0,3% em abril em relação a março, ficando em 102,2 pontos. O aumento é fraco e ainda deixa o indicador abaixo da média histórica da pesquisa, que é de 107,9 pontos. Os dados foram divulgadas na manhã desta quarta-feira, 25.

Para a CNI, o resultado de abril demonstra que a confiança do brasileiro ainda é insuficiente para reativar o consumo.

“Há quase dois anos, o índice está oscilando em um patamar muito baixo. Com isso, as pessoas têm pouca disposição para fazer compras, o que limita o crescimento do consumo e da economia como um todo”, avalia o economista da CNI Marcelo Azevedo.

Segundo o estudo, o Inec está, desde junho de 2016, variando dentro da faixa de 100 e 105 pontos, com duas exceções, a última delas em setembro de 2017, quando o índice foi a 98,5 pontos. Nos meses seguintes, até abril de 2018, o índice mostra três variações mensais positivas e quatro negativas – e acumula alta de apenas 3,8% no período.

A leve recuperação registrada em abril, de acordo com a entidade, se deve a uma melhora nas expectativas do consumidor diante da inflação, do emprego e da renda pessoal nos próximos seis meses. “Os índices de expectativa de inflação, desemprego e própria renda registram crescimento de mais de 2% na comparação com março. Ou seja, revela que os consumidores esperam menor inflação e desemprego, e aumento de sua renda”, cita o levantamento.

Apesar disso, o componente que avalia a expectativa quanto ao endividamento piorou, com queda de 3,4% em relação a edição anterior da pesquisa, indicando aumento das dívidas das famílias. O consumidor também vê uma piora na situação econômica, com recuos no índice de situação financeira e de compras de bens de uso doméstico de maior valor, como móveis e eletrodomésticos. Os recuos nesses índices foram de -0,8% e -0,4%, respectivamente.

A CNI explica que o Inec é um indicador que ajuda a antecipar variações na atividade econômica. “Consumidores pouco confiantes tendem a diminuir as compras. Com a redução do consumo, aumentam as dificuldades de recuperação da economia”, reforça.

O Inec é elaborado em parceria com o Ibope e esta edição do estudo ouviu 2.002 pessoas em 142 municípios entre 12 e 16 de abril.