Os comerciantes ficaram mais pessimistas em maio, segundo a Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC). O Índice de Confiança do Empresário do Comércio (Icec) recuou 1,2% em relação a abril, para 91,3 pontos, permanecendo na zona de insatisfação (abaixo de 100 pontos) pelo segundo mês consecutivo.

O Icec já acumula cinco quedas seguidas, o que a CNC considera o “pior início de ano desde 2011”. Na comparação com maio de 2020, o indicador encolheu 3,3%.

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“A performance do Icec prenuncia um começo de ano preocupante, apesar dos esforços das políticas públicas para mitigar os efeitos sobre o consumo e o mercado de trabalho. Além das condições gerais da economia, a queda do índice pode relacionar-se com a baixa capacidade de reativação do consumo. Somam-se a esta situação a demora com a terceira fase do Programa Nacional de Apoio às Microempresas e Empresas de Pequeno Porte (Pronampe) e o atraso das medidas protetivas ao emprego, bem como o adiamento do pagamento de parcelas de empréstimos e débitos fiscais”, apontou a CNC em nota à imprensa.

A entidade acrescenta que as medidas restritivas de combate à disseminação da covid-19 e o ritmo ainda lento da vacinação da população podem ter dificultado a circulação de pessoas e prejudicado as compras presenciais.

Na passagem de abril para maio, o componente que mede as condições atuais do empresário do comércio recuou 4,4%, para 60,6 pontos. O item que avalia as expectativas subiu 0,1%, para 127,8 pontos. Já as intenções de investimentos caíram 0,8%, para 85,5 pontos.

Para o economista Antonio Everton, responsável pela pesquisa da CNC, a ligeira melhora nas perspectivas do empresariado ajudou a desacelerar o ritmo de queda na confiança do comércio em meio às expectativas pelas vendas para o Dia das Mães, segunda data mais importante para o setor, atrás apenas do Natal.

“Além do contexto favorável do aumento das vendas, também se observa interesse do comércio com a entrada em circulação da concessão dos benefícios de transferência de renda, como o auxílio emergencial, que chegará a R$ 44 bilhões no total, e a antecipação do pagamento do 13º salário do INSS, cuja estimativa é disponibilizar R$ 52,7 bilhões para consumo, poupança e pagamento de dívidas. Foi importante ter havido algum otimismo nas expectativas para mitigar o decréscimo do índice no mês”, ressaltou Everton, em nota oficial.