A confiança da construção subiu 0,1 ponto em dezembro ante novembro, para 93,9 pontos, depois de queda de 1,4 ponto no mês anterior, informou a Fundação Getulio Vargas (FGV) nesta quarta-feira (23). O resultado também ficou 1,8 ponto acima da leitura de dezembro de 2019. Com esse dado, a FGV afirma que o índice está se acomodando em níveis próximos aos observados antes da pandemia de covid-19. No quarto trimestre, a média do indicador (94,3 pontos) é 6,6 pontos maior do que a média no terceiro trimestre (87,7 pontos).

A relativa estabilidade da confiança da construção em dezembro deve-se ao desempenho contrário dos seus componentes. O Índice de Situação Atual (ISA) aumentou 0,9 ponto para 92,4 pontos, o maior valor desde agosto de 2014 (93,0 pontos), com destaque para os indicadores de situação atual dos negócios e carteira de contratos, que avançaram 1,2 ponto e 0,6 ponto, para 94,8 pontos e 90,1 pontos, respectivamente.

Já o Índice de Expectativas (IE) caiu pelo segundo mês consecutivo, agora de 96,2 pontos para 95,5 pontos. A FGV informou que a queda de 2,6 pontos do indicador de tendência dos negócios compensou o avanço de 1,3 ponto do indicador de demanda prevista.

“A confiança do setor da construção acomodou em dezembro em um nível superior ao de

dezembro de 2019, o que considerando todas as dificuldades do ano é um aspecto positivo”, observa a coordenadora de Projetos da Construção do Instituto Brasileiro de Economia (Ibre/FGV), Ana Maria Castelo.

Castelo destaca o aumento do indicador de evolução recente de atividade, apesar dos empresários terem assinalado problemas de escassez e de custo de matérias-primas. Em dezembro, a escassez de material de construção alcançou 20% das menções a fatores limitativos, um recorde histórico da sondagem, enquanto o aumento de preços foi citado por 21,6% das empresas. “Essas questões atingem todos os segmentos do setor da construção e se apresentam como uma limitação adicional e com potencial crescente no processo de retomada”, avaliou Ana Castelo.

Ela ressalta que os empresários estão mais pessimistas do que no ano passado. “Além das incertezas do cenário econômico, esse pessimismo parece estar relacionado às dificuldades recentes das empresas.”

O Nível de Utilização da Capacidade Instalada (Nuci) subiu 0,2 ponto porcentual, para 72,9%, influenciado pelo aumento do Nuci de Mão de Obra (de 73,9% para 74,1%), já que houve recuo do nível de atividade de Máquinas e Equipamentos (de 65,9% para 65,6%).