Dirigentes do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) reconhecem melhora das condições financeiras nos Estados Unidos nos últimos meses. Para eles, isso reflete, em parte, os apoios monetários e fiscais oferecidos à economia em meio à crise da covid-19. A avaliação consta na ata da mais recente reunião de política monetária da entidade, divulgada na tarde desta quarta-feira, 19.

“Após quedas acentuadas, a atividade econômica e o emprego aumentaram ligeiramente nos últimos meses, mas permaneceram bem abaixo dos níveis no início do ano”, pondera o documento, citando, ainda, fraca demanda por petróleo e baixos preços da commodity. Esse fator, na avaliação dos dirigentes, estaria contendo a inflação no país. “Dirigentes viram estoque de petróleo ainda em excesso”, também informa a ata.

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O documento ainda informa que, na avaliação dos dirigentes, o efeito geral da pandemia sobre os preços foi visto como “desinflacionário”, apesar dos riscos às cadeias de abastecimento.

Na mais recente reunião de política monetária, os dirigentes concordaram que a trajetória da economia depende, fundamentalmente, do controle do novo coronavírus, algo “altamente incerto” para os integrantes do Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc, na sigla em inglês), como já vinham sinalizando em eventos nas últimas semanas.

Mesmo assim, a ata traz que a recuperação dos gastos do consumidor foi “particularmente forte”. “Os gastos das famílias provavelmente recuperaram cerca de metade do declínio”, analisaram os dirigentes. “Gasto de famílias com lazer deve ser moderado por um tempo e restringir recuperação”, ponderaram.

Controle da curva de juros

A maioria dos dirigentes do Federal Reserve julgou que adotar uma estratégia de controle da curva de juros no país teria benefício “modesto” no atual cenário, diz a ata da mais recente reunião da autoridade monetária dos EUA.

Ainda assim, o documento diz que os integrantes do Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc, na sigla em inglês) podem reavaliar a possível utilização da ferramenta nos Estados Unidos mais à frente, caso as circunstâncias econômicas mudem “significativamente”.