Advogados que representam concorrentes que atuam como interessados no processo de união de Kroton e Estácio no Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) argumentaram nesta quarta-feira, 28, contrariamente à fusão. Representantes da Laureate e da Ser Educacional consideraram que o setor de ensino superior privado passa por um processo de concentração crescente e mencionaram aquisições anteriores da Kroton.

“Essa operação se insere num contexto histórico de concentração crescente e a Kroton foi protagonista das últimas três operações mais relevantes no setor nos últimos cinco anos”, disse Olavo Chinaglia, advogado da Laureate.

As três operações citadas são, além de Kroton e Estácio, a fusão entre Kroton e Anhanguera aprovada em 2014 e a compra da Unopar pela Kroton em 2012.

Tiago Brito, sócio da Sampaio Ferraz Advogados e representante da Ser Educacional, considerou que o setor de ensino privado passa por um processo de consolidação o qual ele avaliou que não tem sido equilibrado. “Lamentavelmente, o setor enfrenta um cenário em que um único grupo assume dominância”, argumentou.

O ex-presidente do Cade, Gesner Oliveira, apresentou dados que mostram que a operação recente de compra da Anhanguera pela Kroton levou a um aumento nos preços da mensalidade e queda na qualidade, como o Broadcast (serviço de notícias em tempo real do Grupo Estado) noticiou na segunda-feira, 26. Ele apresentou dados mostrando que não é possível remédio que garanta a concorrência no caso. “Seria mais sábio reprovar a operação”, afirmou.

A consultoria de Oliveira, a GO Associados, foi contratada pela Ser Educacional.