Mesmo com empresas e famílias ainda em busca de recursos para fechar as contas na esteira da pandemia do novo coronavírus, as concessões dos bancos no crédito livre voltaram a cair em maio, com retração de 3,6% ante abril, para R$ 255,8 bilhões, informou nesta sexta-feira o Banco Central (BC) em sua Nota de Crédito. Em abril, a queda já havia sido de 28,3%. Nos 12 meses até maio, porém, ainda há uma alta acumulada de 12,3%.

Estes dados, apresentados agora pelo BC, não levam em conta ajustes sazonais. Os números são influenciados pelos efeitos da pandemia, que colocou em isolamento social boa parte da população e reduziu a atividade das empresas. Em meio à carência de recursos, famílias e empresas aumentaram a demanda algumas linhas de crédito nos bancos.

No entanto, há reclamações, em especial entre empresas, de dificuldades de acesso a crédito neste momento de crise. O BC não divulga dados sobre o quanto a procura por crédito aumentou – mas apenas o quanto foi concedido. Nesta semana, a autoridade monetária lançou um novo pacote de medidas para tentar garantir que o crédito chegue na ponta para famílias e pequenas e médias empresas.

Em maio, no crédito para pessoas físicas, as concessões subiram 3,3%, para R$ 125,7 bilhões. Em 12 meses até abril, há alta de 8,2%.

Já no caso de pessoas jurídicas, as concessões recuaram 9,4% em maio ante abril, para R$ 130,1 bilhões. Em 12 meses até abril, o avanço é de 16,7%.

Inadimplência

Mesmo com famílias e empresas em dificuldades para fechar as contas, a taxa de inadimplência nas operações de crédito livre com os bancos ficou estável em 4,0% na passagem de abril para maio, informou o Banco Central. Em maio de 2019, a taxa estava em 3,9%.

Para as pessoas físicas, a taxa de inadimplência continuou em 5,5% no período. No caso das empresas, a taxa se manteve em 2,4%.

A inadimplência do crédito direcionado (recursos da poupança e do BNDES) passou de 2,3% para 2,1% na passagem de abril para maio.

Já o dado que considera o crédito livre mais o direcionado mostra que a taxa de inadimplência foi de 3,3% para 3,2%.