SÃO PAULO (Reuters) -A estatal Companhia Nacional do Abastecimento (Conab) reduziu nesta quinta-feira estimativas para a produção total de milho do Brasil na temporada 2020/21, para 96,39 milhões de toneladas, ante 106,4 milhões no mês passado, em meio a quebras previstas para a segunda safra do cereal.

As projeções para as importações de milho pelo Brasil foram ampliadas, para 2,3 milhões de toneladas, enquanto as de exportação foram reduzidas para 29,5 milhões de toneladas, frente a 35 milhões nas previsões de maio.

Sobre as aquisições externas, a Conab disse que o ajuste “ocorre após constatação da elevação das importações de milho no primeiro semestre de 2021 em percentual superior à 60% ao observado no mesmo período de 2020, e expectativa de ampliação também no segundo semestre”.

Já para as exportações, a estatal vê menor anseio das “tradings” em comercializar o grão para o mercado externo, com as cotações domésticas do cereal mais remuneradoras na atual conjuntura.

A Conab cortou sua projeção para a segunda safra de milho para 69,95 milhões de toneladas, de 79,8 milhões na previsão passada, com queda de 6,8% em relação à temporada anterior.

“A segunda safra de milho 2020/21… ficará substancialmente abaixo dos níveis projetados para o mês anterior em razão das condições de seca verificadas nos principais estados produtores, apontadas como o principal motivo para os cortes realizados.”

A companhia também alertou que a chegada do frio na região Sul é mais uma preocupação para a “safrinha” brasileira.

“Com o plantio tardio, também consequência da irregularidade climática, o risco de geada aumentou de forma significativa e pode impactar ainda mais os números”, disse no levantamento.

Diante destes ajustes, o estoque final de milho esperado para o ciclo 2020/21 é de 7,6 milhões de toneladas, redução de 27,4% em relação à safra anterior. No mês passado, as reservas ainda estavam estimadas em 10,86 milhões.

SOJA

Para a soja, a estatal projetou a safra do Brasil 2020/21 em recorde de 135,86 milhões de toneladas, com leve alta frente aos 135,4 milhões vistas no mês anterior. No comparativo anual, o aumento é de 8,8%.

Com isso, as exportações devem alcançar 86,65 milhões de toneladas, avanço de 770 mil toneladas ante o relatório passado.

A companhia ressaltou que a demanda interna foi estimada em 50,24 milhões de toneladas, queda de aproximadamente 200 mil toneladas em relação ao último relatório, devido ao recuo na mistura de biodiesel ao diesel de 13% para 10% para os meses de maio e junho.

“Todavia, parte da perda de consumo de óleo de soja, que seria usado para a produção de biodiesel, deve ser transferido para exportação, já que há uma forte demanda internacional e que há problemas de safra de grãos na Argentina, grande exportador de óleo de soja mundial.”

A produção de algodão do país deve somar 2,34 milhões de toneladas (pluma), ante 2,44 milhões estimados previamente, estimou a Conab.

Já a safra de trigo do Brasil em 2021 foi estimada pela Conab em 6,94 milhões de toneladas, de 6,639 milhões anteriormente.

(Por Luciano Costa e Nayara FigueiredoEdição de Luciano Costa)

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